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Em Pauta

Luxo e negócios, um dia na vida de um milionário romano

Por Mário Sérgio Lorenzetto | 10/10/2023 06:30
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Na Antiga Roma, aqueles que pertenciam a famílias nobres e ricas deviam cumprir numerosas obrigações durante o dia. Desde o amanhecer até altas horas da noite, todas suas atividades estavam encaminhadas para forjar uma boa imagem social, conquistar uma reputação irreprovável e demonstrar publicamente sua generosidade (liberalitas) e sua virtude.


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As saudações abriam o dia.

Cumprimentar parentes e amigos nas primeiras horas da manhã é uma herança romana. A jornada de um milionário romano começava muito cedo. Vestia a toga e começava a "salutatio". Cumprimentava parentes, escravos, amigos, clientes e mendigos. A cada manhã, o escravo porteiro, que substituía o cão de guarda durante a madrugada, abria a porta para uma turba de visitantes de diferentes estratos sociais. O mordomo acompanhava parentes, amigos e pessoas da mesma classe social até o dormitório.


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A esmola.

Os demais, uma multidão de necessitados, pobres e mendigos o esperava fora da casa ou no vestíbulo. Um escravo, especializado em reconhecer os visitantes, sussurrava o nome de cada um ao patrício milionário. Apertava a mão de todos e lhes dava a "sportula", um tipo de esmola, que podia ser um cesto de alimentos ou algumas moedas de prata. Os romanos eram criados para dar esmolas, tanto as majestosas - construções de teatros e templos - como as pequenas.


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O café da manhã do milionário.

Enquanto recebia seus amigos e clientes, o patrício encontrava um momento para tomar um frugal café da manhã (iantaculum). Consistia em um pedaço de pão, untado com alho e sal, e molhado em vinho. Estavam a sua disposição queijos, ovos, tâmaras, uvas e azeitonas. Também aproveitava esse tempo para debater com seus escravos e funcionários as pendências existentes em seus negócios.


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E surge a siesta.

A siesta, esse costume das populações de fala espanhola, tem origem na "sexta hora" dos romanos. Nessa sexta hora, o correspondente ao meio-dia, ele descansava por breve tempo. Depois de passar sua manhã no foro, negociando e conversando com iguais, estava cansado e faminto. Entrava em uma "caupona", um restaurante, e pedia peixes secos, aves, legumes, frutas e vinho. Esse almoço era denominado "prandium".


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Pedindo voto em lugares distantes.

Rico era igual poderoso. Necessitava ter votos para exercitar o poder e ficar ainda mais rico. Os patrícios usavam as horas da tarde para visitar lugares distantes, onde haviam camponeses. Apertava as mãos de seus possíveis eleitores, oferecia-lhes ajuda, sua proteção e riqueza. Desde muito jovens, eram treinados para ter o controle da voz, dos gestos e das vontades.
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