Mais de mil pessoas vivendo nas ruas na Capital. Quem resolverá?
Não sabemos quantas pessoas vivem em situação de rua na capital. O governo federal afirma que há 1.300 pessoas vivendo nessas condições em todo o Mato Grosso do Sul. O número choca com as 1.800 pessoas que C.Grande diz ter. Só há uma certeza: são mais de mil pessoas habitando nas ruas de Campo Grande. A impressão, os olhos que chocam, que se condoem, diz que vem aumentando. Existe alguém disposto a enfrentar esse grave problema? Existem modelos a serem copiados.
Curitiba, Porto Alegre e São Paulo.
Há trinta anos, quem andava nas ruas de Londres, percebia uma enorme quantidade de pessoas vivendo em suas ruas. Seus governantes resolveram estudar o problema. Viram que a principal solução era razoavelmente óbvia: faltava moradia para a maioria deles. Nascia o programa "Housing First", "Moradia Primeiro". Raramente vemos moradores de rua em Londres. Passadas décadas, Curitiba e Porto Alegre copiaram o modelo londrino. A primeira, fruto de um acordo entre a prefeitura e Arquidiocese, vem dando bons resultados. A de Porto Alegre vem enfrentando algumas dificuldades. Recentemente, São Paulo iniciou programa similar, denominado "Reencontro", vem tendo boa aceitação.
O modelo Vila Reencontro de micro-apartamentos.
São apenas 18 metros quadrados. Tem uma cama, um beliche, ventilador no teto, móveis diversos, banheiro e cozinha. No centro, há um parquinho infantil e uma horta comunitária. É tudo muito simples, mas bem funcional. Podem viver pessoas que estão em situação de rua há menos de dois anos - tempo em que as autoridades consideram que a situação ainda não se tornou crônica. Os micro-apartamentos estão à disposição por 18 meses. No primeiro conjunto, inaugurado em fevereiro, vivem 108 pessoas. A prioridade é para famílias que têm filhos menores de idade. Já há um segundo em funcionamento, e outros dois em construção.
Ter endereço, uma facilidade para encontrar emprego.
Cada micro-apartamento tem seu próprio número. Parece besteira, mas é fundamental. Facilita muito na busca de emprego, permite receber correspondência e pedidos. Essa é uma chaga das grandes cidades. Normalmente não há discussão séria e sem demagogia sobre o problema. Simples de resolver, impossível ter vontade. Despesas pequenas, quantas pessoas poderiam estar fora das ruas de C.Grande?
