Morrer jovem, aos 140 anos. Os cientistas estão avançando
O animal mais velho do mundo viveu 507 anos. Foi um mexilhão da Islândia que havia nascido em 1.499, quando estavam "descobrindo" o Brasil. Morreu em 2.006, depois de ser coletado por cientistas. Um ano depois, apareceu no Alasca uma baleia com um arpão cravado desde o século XIX, sugerindo que viveu dois séculos. As mariposas monarcas vivem poucas semanas, mas uma vez ao ano produzem uma "geração Matusalém", alcançando seis meses de vida. O envelhecimento nos seres vivos é surpreendente. Um rato vive três anos, um esquilo, pouco diferente, vive 25. E o que ocorre com os humanos? Falta estudar, ou melhor, faltava.
Quase três bilhões de dólares.
Há um ano, o mundo tomou conhecimento de um projeto desconcertante: uma multinacional com quatro vencedores do Nobel a bordo com um investimento descomunal, de quase três bilhões de dólares. O objetivo é ambiciosíssimo: alongar a vida humana com saúde. Durante meses, a empresa batizada "Altos Lab", contratou em segredo dezenas dos melhores cientistas do mundo, oferecendo salários de mais de um milhão de dólares ao ano.
Fatores de Yamanaka.
Uma das pesquisas mais avançadas do Altos Lab vem sendo realizada com ratos. Conseguiram que vivessem 30% a mais com saúde dando-lhes o que se passou a ser chamado de "fatores de Yamanaka". Um coquetel químico, com fórmula secreta, criado pelo Nobel de Medicina de 2012 Shinya Yamanaka. A estratégia de Altos Lab é rejuvenescer com reprogramação de células. Tentar voltar atrás só um pouquinho o relógio da vida. Se voltar muito, causa tumores. A ideia é manter-nos jovens para frear de maneira geral o aparecimento de enfermidades típicas do envelhecimento. Sabem como fazer o relógio voltar atrás em ratos. Será o mesmo em humanos? O sonho é termos 70 anos com saúde de 40. Ou ainda mais distante: morrer jovem, aos 140.