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Em Pauta

Novo orçamento, novas necessidades. Governo federal estuda uma grande mudança

Mário Sérgio Lorenzetto | 20/08/2015 09:24
Novo orçamento, novas necessidades. Governo federal estuda uma grande mudança

União: Sai ajuste fiscal, entra reestruturação com aumento de impostos e mudanças nas regras dos programas sociais.

Novo orçamento, novas necessidades. O governo federal estuda uma grande reestruturação. Está prevendo mudanças nas regras de vários programas sociais, a revisão das metas de programas de governo - como o Ciência Sem Fronteira e o Pronatec -, o aumento de tributos - taxação maior de heranças e de doações - e a venda de ativos. Também pretende criar uma idade mínima para a aposentadoria ainda que esta medida não tenha impacto imediato nas finanças públicas.

Esse conjunto de medidas está levando o governo a não falar mais em ajuste fiscal, mas em reestruturação. É um trabalho que envolve medidas no curto, médio e longo prazo. Uma reavaliação de todas as despesas da União com o acréscimo de receitas maiores provenientes dos impostos. Enfrentará uma caixa de marimbondo descomunal no "rebelde" Congresso Nacional. Terá forças para tantas mudanças?

Novo orçamento, novas necessidades. Governo federal estuda uma grande mudança
Novo orçamento, novas necessidades. Governo federal estuda uma grande mudança

Angela Merkel, a mulher mais importante do mundo, vem aí. Pragmática e impiedosa vem negociar no Brasil.

A imagem correu o mundo. Uma refugiada palestina sonhava em fazer faculdade na Alemanha. Suplicou a Angela Merkel que não fosse deportada. A chanceler alemã disse que "infelizmente não poderia ajudar todos". A jovem caiu no choro. Os opositores de Merkel viram no gesto uma metáfora para o seu estilo de fazer política: pragmático a ponto de ser impiedoso.

Ela virá com uma enorme comitiva. Nada menos que 13 ministros do governo alemão estarão reunidos com seus pares brasileiros. O assunto principal será voltado à economia. Há mais de 1.400 empresas alemãs baseadas no Brasil, que respondem por algo como 10% do nosso PIB, US$ 21 bilhões em transações por ano e 250 mil funcionários brasileiros que nelas trabalham. Mesmo com encolhimento da economia, o interesse da Alemanha pelo Brasil continua em alta. Merkel é uma negociante dura e não tem medo de criticar. Suas munições são geralmente de alto calibre. Livre mercado é seu maior objetivo. Ela sabe o que é viver no mundo preconizado pelos socialistas, nasceu e viveu na Alemanha Oriental e sob os auspícios e vigilância de um regime totalitário, de partido único, até os 32 anos.
Ela sempre foi subestimada pelos seus pares masculinos em seu partido - União Democrata-Cristã - e transformou em vantagem o fato de ser mulher. Seu padrinho na política foi o chanceler Helmut Kohl. Nove anos depois, quando esse líder se via envolvido em um esquema de corrupção, Merkel, sem notificar o partido, publicou um artigo no qual defendeu a substituição de Kohl como líder do partido. Foi o fim da carreira política dele. Seu lema é prometer o mínimo e entregar o máximo. Alguma comparação com a política brasileira?

Novo orçamento, novas necessidades. Governo federal estuda uma grande mudança
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A conversa de Angela Merkel, chanceler alemã, com Dilma Roussef.

Não falarão de investimentos multibilionários prometidos pelos chineses. Nem terá a forte simbologia do reatamento com os Estados Unidos. Sem megalomanias. Sem fogos de artifício. Pragmatismo é a palavra de ordem (talvez algumas cutucadas). A goleada de 7 a 1 é pauta inevitável. Merkel é uma fanática torcedora de futebol e não deixará passar em branco. Regimes alimentares são assuntos comuns: a alemã perdeu, recentemente, dez quilos trocando salsichas e pães por vegetais e Dilma tornou-se adepta da dieta Ravenna e de pedaladas (de bicicleta e não as fiscais). É claro que esses temas servirão para quebrar o gelo. O que realmente importa, virá depois.

Elas tem uma lista de entendimentos para assinar. O BNDES receberá 265 milhões de euros de um banco alemão para financiar sistemas de transporte público eficientes e sustentáveis. A pauta ambientalista terá peso fundamental. Para ajudar no combate ao desmatamento, a Alemanha doará 23 milhões de euros para aprimorar e desenvolver o nosso cadastramento de imóveis rurais. Financiarão, em torno de 500 milhões de euros, via CEF e BNDES, a instalação de painéis solares em habitações populares do programa Minha Casa Minha Vida. Assinarão convênio na área de tratamento de resíduos. Acima de tudo, Merkel procura a parceria brasileira para a Conferência sobre o Clima e Meio Ambiente que ocorrerá no final do ano em Paris.

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O yuan estará no bolso de todo mundo?

Uma forte agitação ocorreu nos mercados do mundo todo. A China desvalorizou o yuan. Os movimentos de sobe e desce da moeda chinesa vieram para ficar? A resposta é difícil. Maior exportadora do planeta, a China ainda depende do dólar para suas trocas comerciais. Tenta se livrar dessa subordinação internacionalizando o yuan. Em menos de cinco anos, a moeda chinesa tornou-se a quinta divisa do comércio global. Em meados dos anos 1990, o "renminbi" (RMB), ou yuan, tornou-se um meio de pagamento bem recebido em toda a região onde está a China. No final de 2014, o RMB ultrapassou o dólar canadense e o australiano e tornou-se a quinta moeda de pagamento do mundo. Ele está atrás apenas do dólar norte-americano (87% do comércio internacional), do euro (6,6%), da libra esterlina e do iene. A moeda chinesa totaliza 2,17% do mercado mundial, ombro a ombro com a japonesa (2,69%). Para que se tenha noção do avanço, é necessário saber que, em janeiro de 2013, o yuan representava apenas 0,63% dos meios de pagamento em transações internacionais, ocupando a décima terceira posição.

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Qual o lobo que originou o cão?

Você pode deixar um pedaço de carne sobre uma mesa e dizer a um de nossos cães: Não! e ele não a pegará. Mas os lobos te ignoram. Eles olharão em teus olhos e abocanharão a carne. Essa experiência foi realizada repetidas vezes com cães e lobos criados nas mesmas condições por humanos. É um enigma a ser decifrado.

O que é do conhecimento dos estudiosos é que a compreensão do "Não" está associada à organização ditatorial de suas matilhas. Há um cão dominante que come primeiro que os demais. A compreensão do "Não" para as alcateias de lobos está relacionada ao igualitarismo em que eles vivem. Todos comem juntos, ainda que exista um dominante. Os estudos também sugerem que, em vez de esperar poderem cooperar em tarefas com humanos, cães simplesmente querem que alguém lhes diga o que fazer. Como o lobo igualitário, de mentalidade independente, se transformou no cão obediente, que aguarda ordens, e que papel os humanos desempenharam para alcançar essa façanha é algo, até agora, inexplicável.

Embora pesquisadores tenham determinado com êxito a época, localização e ancestralidade de quase todas as outras espécies domesticadas, de ovelhas a bois, de galinhas a porquinhos-da-índia, eles continuam a debater essas questões no que diz respeito ao nosso melhor amigo - o "Canis familiaris". Cientistas, de modo geral, também sabem por que humanos desenvolveram esses outros animais domesticados - para ter alimentos à mão -, mas eles não sabem o que inspirou nossos ancestrais a permitir que um carnívoro grande e selvagem entrasse na propriedade da família humana. No entanto, para complicar ainda mais, cães foram a primeira espécie animal domesticada; um status que torna o mistério de suas origens mais desconcertante. Finalmente, eles podem afirmar, sem dúvida alguma, que contrariamente à sabedoria popular, os cães não descendem da espécie de lobo cinzento que persiste até hoje no mundo, mas de um lobo desconhecido e extinto. E é esse lobo que procuram em todos os cantos do mundo.

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