O calor extremo veio para ficar. Saímos de 7 para 52 dias por ano
As notícias são alarmantes. 2023 é o ano mais quente em 125 mil anos, foi uma delas. E tem mais. De acordo com o INPE- Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais -, o número de dias com calor extremo subiu de 7 para 52 dias por ano, durante as últimas três décadas.
37 graus todos os dias.
Nos últimos dias, Campo Grande vem cravando 37 graus, como se fosse muito tranquilo enfrentar temperatura que tende a destruir não só o físico como a sensação de sobrevivência. Algumas cidades do interior estão com sensação térmica por volta dos 58 graus. A pesquisa do INPE mostrou que não se trata de um fenômeno isolado ou que só ocorrerá neste ano. Dizem os cientistas que desde 1.991, a temperatura vem se elevando a cada ano.
O que é uma onda de calor?
Os cientistas definem que ocorre uma "onda de calor" quando uma temperatura máxima fica pelo menos 10% acima do limiar do que era considerado extremo anteriormente. Essa contagem tem de ser por pelo menos seis dias contínuos. Assim, se antes uma onda de calor era de trinta e cinco graus, agora, passamos aos 37 graus.
Pegou o elevador e sobe sem parar.
O quadro divulgado pelo INPE mostra que entre 1.961 e 1.990 o número de dias com ondas de calor ficava em torno de sete. Mas esse número foi subindo. Entre 1.991 e 2.000, chegamos a contar vinte dias de ondas de calor por ano. No intervalo de 2.001 e 2.010, chegamos à casa dos quarenta dias. Agora, estamos com pelo menos 52 dias de ondas de calor.
Dias secos consecutivos passaram de 80 para 100.
E não pensem que o calorão anda sozinho. Os dias secos consecutivos estão de braços dados com a temperatura elevada. No momento, são computados pelo menos 100 dias por ano de seca, antes eram oitenta dias. As análises foram feitas usando 1.252 estações meteorológicas.