O caos da 2º dose continua. A venda de terrenos na lua
Denis Hope começou a vender lotes na lua em um momento de desespero. O divórcio, na década de 1980, o deixou em ruínas. Mas não sem seu senso de humor, adquirido na profissão de ventríloquo. Da janela de seu apartamento, olhava a lua, enquanto considerava mudar de profissão e passar a vender terrenos. Só que ele não tinha lotes. "Na verdade, eu tenho", lhe ocorreu. "A lua tem mais de 400 milhões de hectares sem dono, basta eu tomar posse". E começou a vender. Entre seus clientes estavam os ex-presidentes dos EUA Ronald Reagan e George Bush pai.
O homem que vendeu "vacina da lua no Brasil".
General Pazuello é seu nome. Tal como o norte-americano, Pazuello não tinha vacina. Não se fez de rogado, no dia 20 de março, determinava que o próximo lote da CoronaVac poderia ser aplicado sem guardar a segunda dose. Apenas uma mutreta para engordar o rol de vacinas prometidas.... e nunca entregues. Era para ser somente de um lote, mas os "sócios" do Pazuello - governador e prefeito - gostaram das manchetes na imprensa saudando "a eficiência" de suas organizações para vacinar e mandaram aplicar as vacinas que estavam guardadas para a segunda dose de lotes anteriores.
Trem desgovernado.
Não se satisfizeram com a bagunça que deixaram em suas costas e mandaram continuar aplicando todas as vacinas, sem guardar um só frasquinho, para as segundas doses. O resultado é catastrófico: não existe segunda dose da CoronaVac. E nem há o menor vislumbre de que venham repor as 100.000 doses que faltam. E não param. Tal como um trem desgovernado, passaram a adotar a política de "sem segunda dose" para a vacina AstraZeneca. A ilusão da entrega de vacina da lua se eternizará? Existe autoridade para colocar um basta nessa bagunça?
O dilema da terceira dose.
Não há primeira dose. Elas chegam a conta-gotas. Um pingo hoje, outro daqui uma semana. Mas só há uma solução para a absurda demora de aplicação da segunda dose: a terceira dose. Não há outra saída. A CoronaVac é uma vacina que só admite duas doses, no máximo em 28 dias de intervalo para aplicação. Qualquer outro argumento é falacioso, não está na bula da vacina. O impasse está criado. Teremos milhões de pessoas sem saber se estão imunizadas. Não há testes que verifiquem a quantidade e a eficiência das células B e T, maior objetivo das vacinas. Seremos o único povo do mundo vacinado, mas sem imunidade. Preparem-se para muitas ondas.....