O início da cerveja e do vinho: o caso do macaco bêbado
Esta é para beber sem remorso no réveillon. Bebemos cerveja e vinho desde que éramos macacos. A pergunta que os cientistas estão fazendo é: qual foi o catalisador para o homem começar a plantar e colher, como foram os passos iniciais para chegar à agricultura? Nos anos 50, pensavam que o pão tinha sido esse catalisador. O debate não está fechado, mas, hoje, a maioria dos estudiosos acredita que foi a cerveja.
Eu bebi, há treze mil anos atrás.
As provas arqueológicas recentes indicam que o ser humano já elaborava cerveja há 13.000 anos, quando a agricultura não existia. Também sabemos que as primeiras comunidades agrícolas, localizadas na Mesopotâmia, China e Israel, produziam vinho e cerveja. Está claro que os humanos sempre gostaram de vinho e cerveja. De fato, nossa história evolutiva com o álcool remonta quando éramos macacos peludos.
Um dia na floresta, catando frutas.
Imaginemos um dia em uma floresta tropical, quente e úmida. Quando os frutos amadurecem, começa uma intensa competição pelo valioso açúcar que as elas contém. Essa disputa vale para os animais "comedores de fruta" - frugívoros - e para micro-organismos. Com o passar do tempo, as frutas desenvolveram uma estratégia para retirar as bactérias dessa disputa. Criaram a fermentação, convertendo o açúcar em etanol, que é nocivo para as bactérias.
O álcool é uma pista para os macacos.
Agora pensemos nos pequenos macacos que vão saltando de árvore em árvore em busca de frutas. Para eles, o etanol, que emana da fruta madura, é uma pista muito valiosa para encontrá-la. Eles associam o álcool com uma recompensa nutritiva. Essa ligação foi definitiva. O álcool passou a ser o "cheiro" da recompensa alimentar. E se tornou um componente habitual na dieta de macacos... e de humanos. Isso é o que se conhece como a hipótese do "macaco bêbado". O início da cerveja e do vinho.