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Em Pauta

O mundo caminha para uma guerra pelo controle da água

Mário Sérgio Lorenzetto | 24/05/2023 06:20
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Ou chove ou estamos condenados a regar o solo com lágrimas. Da Argentina à África, da China à Califórnia, passando pelo Paquistão e Espanha, a escassez de precipitações e a superexploração dos aquíferos mudarão para sempre as empresas, os trabalhos e nossa relação com a natureza. A guerra pela água, lamentavelmente, está apenas começando. Muitos ainda não entenderam que um hectare de milho consome de 6.000 a 7.000 metros cúbicos de água, mas o estratégico microchip consome 40.000 litros de água destilada e 70.000 metros cúbicos de água doce. Não há água no mundo para os dois.


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Só tomaremos providências quando ocorrer secas severas?

O mundo caminha em um terreno rachado. Para cada aumento da temperatura em um grau Celsius, ocorre o desaparecimento de 20% da água potável do mundo. No Brasil, sempre houve falta de água em algumas regiões, excesso em outras. Ao contrario de dezenas de países, continuamos a viver como se a água fosse um recurso inesgotável. Não é. Mas não sabemos quando ocorrerá o esgotamento. Talvez só ouviremos Benjamim Franklin, um dos pais fundadores dos EUA, quando for tarde. Disse Franklin, há 300 anos: "Quando os poços estiverem secos, conheceremos o verdadeiro valor da água".


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A cada dois minutos morre uma criança por falta de água.

Os números não chocam um país que não estima matemática. Em torno de 770 milhões de seres humanos passam sede e a cada dois minutos morre uma criança por enfermidades relacionadas a esse elemento. Os ricos consomem - em suas piscinas, jardins e carros - cinquenta vezes mais água que os pobres. Mas não há diferença entre cidades ricas ou pobres. A mesma rima se pode escrever em Miami, São Paulo, Pequim, Londres - cidades ricas - ou Islamabad, Phnom Penh,  Rosário, Damasco e Sanaã. A urgência dos cuidados com a água podem ser medidos pela contagem da ONU: dentro de seis ou sete anos a demanda por água doce no mundo, superará a oferta em 40%.


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Água de diferentes tonalidades.

Se tivéssemos um mínimo de capacidade, estaríamos economizando água para vendê-la em poucos anos. O mundo passou a adotar a nomenclatura "águas azuis" para aquelas de rios e lagos. Já para as águas subterrâneas e as das contidas nas plantas, a denominação passou a ser "águas verdes". Ambas estão conectadas. Contribuem para o equilíbrio dos ecossistemas. Mas a falta mais crítica e percebível é das azuis. A água está deixando de ser duas moléculas de hidrogênio e uma de oxigênio. Passamos à fase de duas moléculas de economia e uma de política. Não temos uma gota sequer dessa água do século XXI.

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