O nascimento do mito do vampiro e de Frankenstein
A erupção do vulcão Tambora na Indonésia, em abril de 1.815, desencadeou uma série de estranhos fenômenos atmosféricos na Europa. A queda de temperatura foi tão grande que o ano seguinte seria conhecido como o "ano sem verão". Em meados de junho, a chuva caía sem cessar em uma luxuosa vila da riviera suíça onde estavam hospedados um seleto grupo de jovens escritores.
O nascimento de duas personagens famosas.
Esse grupo era comandado pelo milionário e excêntrico poeta Lord Byron, autor de Don Juan. Com esse famoso nobre, estavam seu médico particular John Polidori, o poeta Percy Shelley junto com sua amante e futura esposa Mary Godwin (posteriormente conhecida como Mary Shelley) e sua meia-irmã Claire Clairmont. Aborrecidos pelo mal tempo, durante quatro noites fizeram um jogo que terminou dando origem a dois livros que se converteriam na pedra angular da literatura de terror.
As noites de Frankenstein e do Vampiro.
O jogo, proposto por Lord Byron, consistia em cada um deles escrever um conto de terror. Mary Shelley, por seu famoso Frankenstein, se converteria não só em uma escritora de terror, mas na criadora do gênero literário que, bem depois, se chamaria ficção-científica. Também nessas quatro noites, surgiria o mito do vampiro romântico, criação do medico John Polidori.
O vampiro é Lord Byron.
Polidori é considerado um dos maiores gênios da literatura. Entrou na faculdade de medicina aos dezesseis anos e recebeu o diploma aos dezenove. Escolhido por Byron para ser seu médico acompanhante em um périplo por vários países europeus, a relação dos dois se converteu em desprezo. Polidori dizia que Byron era um predador insaciável e corruptor de várias moças inocentes. Também dizia que Byron se alimentava do medo alheio. Byron passou a chamar Polidori de "pobre Polidori". É desse péssimo relacionamento que Polidori cria "O Vampiro", um retrato de um "aristocrata frio e canalha", que no livro, é denominado Lord Ruthven.
O suicídio de Polidori.
Depois de uma corte discussão com Byron, Polidori tentou suicidar-se, como sobreviveu, acabou sendo despedido pelo poeta. A partir daí, a vida de Polidori foi de mal a pior. Foi a Milão onde foi preso, devido a um duelo com um oficial austríaco. Regressando à Inglaterra, decidiu por fim a seus dias ingerindo ácido prússico, o veneno inventado por Konrad Dippel, em quem Mary Shelley se inspirou para criar seu doutor Frankenstein.