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Em Pauta

O segredo da baunilha, revelado por um menino negro

Mário Sérgio Lorenzetto | 04/07/2023 08:15
Campo Grande News - Conteúdo de Verdade

Uma das especiarias mais importantes, não se originou no Extremo Oriente, mas sim nas Américas. Perto da costa do México, nas florestas tropicais de uma região conhecida como Veracruz, crescia uma trepadeira com flores de um amarelo pálido. Tecnicamente, essa trepadeira faz parte da família das orquídeas, mas é a única entre mais de 25 mil variedades que produz uma colheita: o grão de baunilha. Por estranho que pareça, a baunilha que comemos nos sorvetes e doces é uma orquídea.


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Totonacas conheciam o segredo.

Há milênios, o povo totonaca do México, inimigo dos astecas, descobriu uma técnica de secagem e cura da baunilha. Liberava um perfume encantador. Usavam esse perfume como odorizador das casas e nos cabelos das mulheres. Amarravam saquinhos contendo baunilha com um cordão nas paredes. Com o passar do tempo e com o domínio asteca, os totonacas ensinaram a técnica de acabar com o gosto amargo do chocolate moendo os grãos de baunilha e adicionando a suas bebidas de cacau.


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O segredo desvendado por um menino negro.

Um quilo de baunilha valia um quilo de prata. E ninguém conseguia cultivar essa orquídea fora das terras totonacas. O segredo estava em uma abelha nativa do México que conseguia abrir os aparelhos reprodutivos da flor de baunilha. A "Vanilla planifolia" desenvolveu uma espécie de cadeado que somente um inseto conseguia abrir. O mundo todo perseguiu o segredo da "Vanilla planifolia" sem sucesso. Na ilha Réunion, localizada no Oceano Pacífico, pertencente à França, um escravo negro, de apenas doze anos, trabalhava em uma fazenda e foi ele que conseguiu uma delicada manobra para abrir os lábios da flor, eliminando a necessidade da abelha.


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Abre-te florzinha!

Com o polegar de uma mão e usando uma varinha na outra, para juntar duas partes dos órgãos reprodutores da orquídea, conseguiu a façanha milionária. Seu nome era Edmond Albius. Apesar de ter construído uma enorme riqueza para alguns franceses, morreu na pobreza, nessa ilha em 1.880. O jornal do local noticiou que ele morreu dando enormes lucros para a ilha e tendo um fim miserável e sem dignidade.

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