Operação para pagar dívidas e o "Desenrola" do governo
Enquanto o esperado programa governamental, denominado "Desenrola", ainda está enrolado, a rede bancária partiu para a ofensiva tentando estabelecer acordos com os devedores. Conviver com a pesada mochila que representa uma dívida é uma realidade para muitos brasileiros. Segundo o SERASA, o país tem 65 milhões de endividados, mais da metade da população. Muitos terão a oportunidade de sair dessa lista neste mês de março pois os bancos estão oferecendo condições especiais para saldar dívidas. Essa é uma iniciativa do Banco Central e da Federação de Bancos, mas vale apenas para os que estão devendo para essas entidades, não vale para pagar contas de lojas ou de luz, por exemplo.
Um bom desconto.
Na campanha bancária do ano passado foram revisados 2,3 milhões de contratos; na anterior, 1,7 milhão. A proporção das famílias endividadas aumentou de 66% para 77% entre 2020 e 2022. As condições dependem de cada entidade bancária, mas sempre procuram por uma liquidação antecipada da dívida com um bom desconto. Toda a negociação pode ser feita pela internet.
O Desenrola enrolado.
O czar da Fazenda, Fernando Haddad, disse à imprensa que o fundo garantidor do programa "Desenrola" deve ter em torno de R$10 bilhões que tentará eliminar a dívida de R$50 bilhões, atingindo cerca de 37 milhões de CPFs negativados. Haddad afirmou que o programa ainda não será anunciado. Isso só ocorrerá quando o sistema estiver pronto para operar. Também se sabe que o Desenrola poderá ser utilizado para quem ganha até dois salários mínimos. O programa será feito por medida provisória.