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Em Pauta

Os 1ºs bombeiros tinham poder de prender incendiários

Por Mário Sérgio Lorenzetto | 16/12/2023 07:00
Campo Grande News - Conteúdo de Verdade
Peteonius Brevis era motivo de risada de seus colegas. Sua esposa trabalhava em uma banca de peixes vendidos vivos. Os romanos só comiam peixe realmente fresco. Isso significa que ela tinha de sair de casa uma hora antes do nascer do sol. Petronius normalmente chegava em casa uma hora depois de sua esposa ter saído para trabalhar. A piada era: como a filha deles foi concebida? Filha do vizinho? Perônios tinha longas horas de expediente. Ele e seu esquadrão tinham uma função dupla: encarregados de manter a ordem noturna e, principalmente, prevenir incêndios. Eram chamados de "vigiles", vigias em tradução livre.


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O policiamento era secundário.

Roma entendia que o estrago que um bêbado ou um ladrão, até mesmo um assassino podia causar era pequeno. Nada se comparava ao caos provocado por um incêndio, mesmo que moderado. As barracas dos ambulantes, os depósitos em galpões e os andares superiores de muitos edifícios eram de madeira. Também eram tão aglomerados que quase não havia uma estrutura que não tocasse outra. Roma era uma gigantesca cidade de um milhão de habitantes. Bastava uma faísca de carvão cuspida por um fogo mal feito ou uma lamparina de óleo derrubada para que em minutos o fogo varresse uma rua inteira.


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Poder do vigia-bombeiro.

Petronius e seus companheiros tinham muito poder. Só eles podiam invadir casas onde desconfiassem da existência de um fogo fora de controle. Também multavam estabelecimentos ou residências descuidadas. Os vigias tinham muito poder, podiam punir fisicamente, com cacetadas, quem se insurgisse ou atrapalhasse seus trabalhos. O adjetivo "incendiário" era o pior dos insultos que um Romano podia lançar contra outro. Não havia simpatia alguma para alguém que fosse acusado de incendiário. Passados dois mil anos, Roma tem muito a nos ensinar. Quem viu bombeiro prender fazendeiro incendiário? Ou invadir fazenda com início de incêndio? Hoje, "incendiário" é epíteto de "homem do bem" do Pantanal.
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