Os Hetcen, uma aventura nazista no cerrado de Terenos
Em 1.928, foi fundado em Timbó, Santa Catarina, a seção brasileira do Partido Nazista. Era exclusivo para aqueles que tinham nascido na Alemanha, seus descendentes eram proibidos de participar do partido da suástica. Também não podiam se imiscuir nos problemas brasileiros e nem mesmo participar de eleições. Naquela época, viviam no Brasil cerca de 100 mil alemães natos e aproximadamente um milhão de descendentes. Pouquíssimos se filiaram ao Partido Nazista. Apenas 2.800 a 2.900 alemães natos se filiaram. A imensa maioria vivia em Santo André (SP) e em várias cidades de Santa Catarina.
Uma leva de europeus chega a Terenos.
Em 1.924, chegava a Terenos alguns imigrantes saídos da Alemanha, Bulgária, Áustria, Rússia, Polônia e Romênia, todos trazidos pela "Hacker", uma companhia de colonização alemã. Muitos pensavam em viver no Canadá, mas a forte propaganda do governo brasileiro sobre os sucessos alcançados pelos alemães em Santa Catarina, acabou modificando o roteiro planejado. O governo brasileiro pagava a passagem, sorteava terras, construía casas, doava ferramentas agrícolas e provia alimentação e vários auxílios durante os dois primeiros anos.
De Miranda a Terenos.
As famílias europeias, inicialmente, foram levadas para duas colônias sediadas em Miranda: a Furrial Pires e a Colônia Bocaina. Dado o insucesso dessas colônias, foram levados para Terenos trabalhar na primeira empresa que beneficiava arroz. As duas colônias que existiram em Terenos também fracassaram e rapidamente foram assumidas pela Prefeitura de Campo Grande, que se responsabilizou pela assistência aos imigrantes fornecendo alimentos, remédios, sementes e utensílios domésticos. É nessa época que surge a família Hetcen, que tinha cinco filhos e uma menina. Todos compondo a Juventude Hitlerista. Não há informações de que outras famílias tenham aderido a essa ideologia.