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Em Pauta

Paiaguás: tambores e flautas aterrorizavam paulistas e cuiabanos

Por Mário Sérgio Lorenzetto | 24/09/2023 09:30
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No início, paulistas e cuiabanos não sabiam distinguir os guaicurus dos paiaguás. Logo aprenderam que o paiaguá só atacava se estivesse embarcado em uma canoa. Já os guaicurus, atacavam os pousos, e ainda assim onde não havia brejo e nem mato grosso que tolhesse os movimentos de seus cavalos. Os paiaguás também só atacavam em emboscadas, sempre queriam pegar os paulistas e cuiabanos de surpresa. Quando não era possível, tratavam de sumir rapidamente.


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Grandes estrategistas, lançavam uma chuva de flechas.

Os paiaguás só atacavam depois de cautelosamente vigiarem as frotas de paulistas e cuiabanos, ocultando-se nos matos à beira dos rios. Mediam por longo tempo as próprias forças e as dos inimigos. Quando avaliavam que poderiam vencer, investiam com uma ensurdecedora algazarra, em meio de uma chuva de flechas que escurecia o céu. Tratavam logo de formar duas alas laterais que, impeliam o inimigo para o meio da corrente do rio, impedindo o acesso à terra firme.


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Os remos eram lanças.

Suas canoas tinham entre quatro e sete metros, levando de 9 a 12 tripulantes. Estes remavam sempre de pé e do lado da popa. Sentavam-se somente na hora da alimentação ou da pesca. Quando as canoas viravam, em apenas um ou dois minutos, sacudiam-nas no ar, repunham-nas no lugar onde estavam e nelas se metiam. Tudo isso sem perder o remo, nem a vara de pescar, nem o peixe fisgado. Os remos eram pás compridas e afiladas nas duas pontas, de modo a poderem também servirem de lanças.


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Ambidestros e extremamente velozes.

Para mover suas canoas tinham a vantagem de ser aptos com a mão esquerda e a direita. Esse ambidestrismo só era encontrado entre os quéchuas peruanos. Isso explicava a velocidade extrema que conseguiam impulsionar suas canoas. Os cronistas fornecem um dado que parece impossível: em uma hora eram capazes de fazer o mesmo percurso que cuiabanos e paulistas levavam um dia para percorrer.


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A banda paiaguá.

A aparição inesperada desses homens, quase sempre corpulentos, todos emplumados e pintados, o tremendo urro com que se anunciavam, o rufar de seus tambores de barro, o toque de cornetas, a nuvem das flechas que simultaneamente lançavam com os lançaços de remo e as pauladas,  bastavam para afugentar os inimigos ou derrotá-los. A corneta também sinalizava a retirada da vitória, que faziam com igual ruído e na mesma ordem empregada no ataque.

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