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Em Pauta

Perder um cão pode ser tão difícil quanto um parente

Mário Sérgio Lorenzetto | 23/10/2018 06:38
Perder um cão pode ser tão difícil quanto um parente

Quem gosta de cães já passou pela experiência excruciante de presenciar a morte desse amigo. Os relatos contam sobre o contato visual com o cão antes de seu último suspiro. Um olhar que é uma mistura de confusão, dor e a garantia de que tudo está bem porque os seus humanos estão presentes.

Quando as pessoas que nunca tiveram um cachorro veem seus amigos que têm cachorros lamentarem a perda desse animal de estimação, acham que é tudo um tanto exagerado; afinal, é "apenas um cachorro". No entanto, aqueles que amam seus cães sabem a verdade: seu animal de estimação "nunca é apenas um cachorro".

Há muitos que amam seus cães mais que seus parentes ou amigos. Há os que lamentam mais a perda de seu cão do que dos parentes e amigos. Uma extensa pesquisa confirmou que, para a maioria das pessoas que criam cães, sua perda é, em quase todos os aspectos, comparável à perda de um ente querido humano. Infelizmente, há pouco em nosso manual cultural para o luto da morte de nossos cães. Não há nenhum ritual de pesar, nenhum serviço religioso que conforte as pessoas.

O sofrimento do humano que vive com um cão é envergonhado, não é mostrado em público.
Talvez se as pessoas percebessem o quão forte e intenso é o vínculo entre as pessoas e seus cães, tal pesar se tornaria mais amplamente aceito.

Perder um cão pode ser tão difícil quanto um parente

Uma ligação interespecífica como nenhuma outra.

O que há nos cães que os tornam tão ligados aos humanos? Para começar, os cães tiveram de se adaptar a conviverem com os humanos nos últimos 10 mil anos. E eles fizeram isso muito bem. São o único animal que evoluíram especificamente para ser nossos companheiros e amigos. Eles se transformaram de seus ancestrais lobos cinzentos nos animais socialmente habilitados com os quais agora interagimos da mesma maneira que interagimos com outras pessoas.
Talvez uma razão pela qual nosso relacionamento com os cães possa ser ainda mais satisfatório do que nossos relacionamentos humanos é que os cães nos fornecem um feedback positivo incondicional e não crítico. Como diz o velho ditado: "Que eu me torne a pessoa que meu cachorro acha que eu sou".

Isso não é um acidente. Eles foram seletivamente criados através de gerações para prestar atenção nas pessoas . Exames de ressonância magnética mostram que o cérebro do cão responde aos elogios de seu dono tão fortemente quanto à comida. Os cães reconhecem as pessoas e podem aprender a interpretar estados emocionais humanos apenas pela expressão facial. Estudos também mostram que eles podem entender as intenções dos humanos. Também demonstraram que eles tentam ajudar seus donos e até sabem evitar pessoas que não cooperam com seus donos ou não os tratam bem.

Não é de surpreender que os humanos respondam positivamente a esse afeto, assistência e lealdade. Basta olhar para os cães para que se abram sorrisos. Os donos de cães obtiveram em todas as pesquisas uma pontuação mais elevada no nível de bem-estar.

Perder um cão pode ser tão difícil quanto um parente

O nome do cão como o nome de um membro da família.

Nosso forte apego aos cães foi revelado em uma diferente pesquisa feita recentemente. Descobriram que erramos o nome de nossos cães da mesma maneira que trocamos os nomes de nossos filhos. O nome do cachorro da família também se confunde com membros da família humana. Isso significa que o nome do cão pertence ao mesmo grupo cognitivo que contêm outros membros da família. Curiosamente, essa relação de local cognitivo não ocorre com os gatos, conduzindo a pesquisa ao obsoleto debate se preferimos conviver com cães ou com gatos.
Não é de admirar que os donos de cães sintam muito a falta deles quando se vão. A perda de um cão é a perda de uma fonte de amor incondicional, uma companhia primária que proporciona segurança e conforto. Também prejudica seriamente a rotina do proprietário. Para os proprietários, seus horários diários - até mesmo seus planos de férias - podem girar em torno das necessidades de seus cães. E as mudanças no estilo de vida e rotina são algumas das principais fontes de estresse.

 

Os artigos publicados com assinatura não traduzem necessariamente a opinião do portal. A publicação tem como propósito estimular o debate e provocar a reflexão sobre os problemas brasileiros.

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