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Em Pauta

Pilatos não lavou as mãos, mas foi o colaborador necessário

Mário Sérgio Lorenzetto | 07/04/2023 08:00
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Poucas figuras há na história como Pilatos. O mandatário romano apareceu brevemente, com uma só ação, logo se volatizou e deixou uma marca imensa. Além disso, chegou a nós como uma figura ambígua. Mas não há dúvida que foi uma figura histórica incontestável. Aparece em quatro textos históricos: o do soldado romano Flávio José, no de Filón de Alexandria, há uma menção nos textos de Tácito e uma inscrição em uma pedra encontrada em 1.961.


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Lutou para Jesus não morrer.

No relato de João, o mais preciso, há uma interrogação nunca resolvida. Uma luta entre a livre escolha e a predestinação. Pilatos, depois da enésima tentativa de salvar Jesus, se rende, e diz: que se cumpra seu destino. Tertuliano, um dos maiores autores cristãos dizia que o coração de Pilatos era cristão. Jesus acreditava que estava predestinado a morrer naquela época.


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Não lavou as mãos.

Lavar as mãos era um gesto judeu. É impensável que um dirigente romano fizesse um gesto como esse em um processo. É uma incongruência cultural e jurídica. Mas é uma forte imagem para o leitor judeu da Bíblia, um simbolismo para deixar claro que o romano não tinha coisa alguma a ver com o assunto.


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Limpando a sujeira dos sacerdotes mal vistos.

Também é impensável que no julgamento de Jesus existisse uma multidão que o odiava. Poucos dias antes tinha sido ovacionado nas ruas. Os processos não ocorriam com a participação popular, eram fechados. É tão somente uma tentativa de limpar a péssima imagem dos sacerdotes saduceus. Eles, aliás, anos depois, seriam mortos pela massa de judeus. E mais, não havia como convocar uma assembleia popular em frente ao palácio. Ali não havia uma praça, uma ágora. E quem iria convocar a multidão? Os romanos, há vários relatos, viam a relação dos sacerdotes com o povo como "uma casa de loucos". Tinham dificuldade de entender como governantes tão odiados podiam conservar o poder. Pilatos temia uma armadilha. Não queria ser um instrumento de um ajuste de contas entre os sacerdotes saduceus e Jesus.


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Barrabás não tem confirmação histórica.

Só há sete nomes próprios na Paixão: Judas, Anás, Caifás, Barrabás, Herodes Antipas, José de Arimatéa e Pilatos. Barrabás não tem confirmação histórica. Pilatos era o mais importante, ainda que José de Arimatéa, o rico seguidor de Jesus, também tinha certa ascendência. Pilatos não vivia em Jerusalém, sediava seu poder em Cesárea, a capital próxima da Síria. Era uma cidade pagã, próxima ao mar, bem mais agradável que Jerusalém. Mas naquela semana havia festas e poderiam ocorrer distúrbios.


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Pilatos volta atrás para não matar judeus.

Pilatos tinha 40 anos quando chegou na Judéia. Nada sabemos de sua vida anterior e nem mesmo seu primeiro nome. Aventam a hipótese de que fosse Lucio ou Tito. Chegou com tropas e imagens do imperador. Algo que a religião judaica proibia, Jerusalém era uma cidade santa para eles. Teve de combater um grande distúrbio. Comprovou que a religião era algo passional para aquele povo. Quando Pilatos avançou com sua tropa, os judeus se lançaram ao chão, dispostos ao sacrifício.


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Pilatos além de Jesus.

Só há duas menções a Pilatos depois da morte de Jesus. Depois de dez anos, foi retirado do poder e chamado a Roma. Como era inverno, não podia viajar pelo mar e foi por terra. Enquanto viajava, o imperador Tibério, que lhe retirara o poder, faleceu. Nada mais sabemos.

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