Previdência. Existem controles para o dinheiro não sumir?
É fato. Os brasileiros, sul-matogrossenses e campograndenses conhecem a crise da previdência. Ainda que apareçam números tentando demonstrar que a previdência é saudável, não gozam de credibilidade. Esse não é um debate novo e nem pertence exclusivamente aos brasileiros.
Quase todos os países europeus vivem com dívidas astronômicas de seus sistemas previdenciários. A grande diferença está na burla da opinião pública. A previdência é tema principal em qualquer campanha eleitoral europeia. Não é sequer citada nas campanhas brasileiras. Elegemos nossos mandatários - presidentes, governadores e prefeitos - sem debater a falência desse fundamental sistema.
Há algo ainda mais grave que o engodo eleitoreiro. Nada nos garante que o dinheiro não desaparecerá após as reformas. Não estamos minimamente seguros de que o dinheiro da previdência não será alocado em obras, em pagamento de salários e aquisição de imóveis. Isso não é uma teoria oposicionista. Vem acontecendo ao longo do tempo. Aconteceu recentemente em nossa capital onde mais de R$ 100 milhões foram destinados a um ponto de interrogação, provavelmente ao pagamento do décimo-terceiro salário, na gestão Bernal/Olarte.
É verdade que o envelhecimento populacional é decisivo para a crise previdenciária. Também é verdade que o desaparecimento do dinheiro da previdência é merecedor de uma auditoria independente, contratada pelos servidores.
Também não podemos nos pautar por promessas de que fatos como esse não mais ocorrerão. Uma reforma correta dos sistemas previdenciários teria de proteger os destinos desse verba na Constituição e não em leis menores, facilmente modificáveis pelos parlamentos. Outro dilema é quem fiscalizará a aplicação desse dinheiro. Não é concebível que somente alguns poucos funcionários dos poderes executivos o manuseiem. Muito menos é aceitável que comissões sejam formadas apenas com representantes sindicais. Não estudam, não se preocupam e nada entendem de previdência. Outra organização tem de ser criada, caso contrário, pagaremos mais pela aposentadoria indefinidamente.
A população sabe que a Previdência quebrará
As pesquisas que chegaram às mãos dos assessores de Temer causaram estupefação. Demonstraram que a maior parte da população sabe que a Previdência quebrará se não mudarem as regras. Ao contrário do que imaginavam, a população compreende o risco do déficit do sistema previdenciário comprometer futuras aposentadorias. A população também enxerga que o governo Temer pretende a reforma da previdência para corrigir distorções e irregularidades. Apesar desse entendimento, a maioria dos entrevistados na pesquisa só deseja corrigir as injustiças no tratamento dado a diferentes setores da sociedade. E os políticos estão na ala de frente do tiroteio. São os maiores beneficiados.
Souza Cruz investe nos "cigarros de montar"
A maior empresa tabagista brasileira foi copiar o know-how dos maconheiros. A partir de dezembro começou a vender o "kit cigarro". Composto por uma latinha com fumo, uma caixa com papeis para enrolar cigarro e uma maquininha com o mesmo intuito. A Souza Cruz cobra R$9,99 pelo kit. É a mesma pratica dos maconheiros. Basta substituir o tabaco pela maconha. Ou vice-versa. A empresa diz que é para combater o contrabando. O kit está atraindo jovens em busca de uma "experiência". Por enquanto está à venda apenas em São Paulo, Minas Gerais e Rio Grande do Norte.