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Em Pauta

Quando comprar roupas em uma loja passou a ser um divertimento

Mário Sérgio Lorenzetto | 17/03/2023 07:30
Campo Grande News - Conteúdo de Verdade

Durante milênios, a compra de roupas era uma relação direta e trivial de trocas, uma negociação com vendedores ambulantes ou lojistas - em nada diferente de comprar ovos ou leite. Mas aconteceu uma revolução onde esse ato de comprar passou a ser um divertimento, a prática da escolha do de "olhar as vitrines" se tornou uma experiência desejada por si só. Antes existiam bazares e mercados ao ar livre, é claro, mas nada parecido com o que ocorreu em Londres nos últimos anos do século XVII. Ainda que recente no Brasil, a compra por diversão tem mais de 400 anos.


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Três bairros da elite londrina mudaram o rumo das compras.

St. James, Ludgate e Bank Juction esses foram os bairros da elite londrina que mudaram o comércio. Eram poucos quarteirões. Ofereciam roupas, joias e mobiliários. As fachadas das lojas mostravam grandes vitrines, com mercadorias expostas em arranjos atraentes. Os interiores eram enfeitados por espelhos e luzes, por pilares adornados e tapeçarias. Eram "teatros dourados", como observador definiu.


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Entrando na sala de visitas de um lorde.

Toda aquela elegância teatral tinha como objetivo criar uma espécie de aura para o simples ato de comprar roupas. As lojas, até então, pareciam barracas de feira. As novas lojas criaram um ambiente suntuoso, como se o consumidor estivesse entrando na sala de um lorde, e não barganhando com um mascate na rua. Aqueles designs de lojas se tornaram parte fundamental da mensagem de marketing. Em verdade, foram as primeiras formas de marketing planejadas.


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Uma experiência entusiasmante.

O ambiente sedutor das lojas era projetado para induzir os clientes a ficarem ali por um bom tempo, para ver suas compras como uma busca de lazer e uma experiência entusiasmante. Quanto mais tempo um cliente ficasse na loja, mais recebia atenção e persuasão. O ato de comprar tinha se transformado em um fim, e não apenas em um meio. Foram definidas como "palácios da ilusão ", projetadas para enfeitiçar seus consumidores. Diversão, essa é a regra válida há 400 anos para quem deseja vender algum produto.

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