Quando o MS poderia ter sido invadido pela Argentina
Instalada a República no Brasil, em 1.889, o governo do marechal Deodoro da Fonseca se diferenciou da diplomacia imperial no que se refere à Argentina. Para o Império brasileiro, o rio da Prata era um espaço prioritário e seu maior objetivo na região era conter o projeto expansionista de Buenos Aires.
Impedir a navegação.
O governo argentino, nesse período, acalentava um velho sonho, o de reconstruir o Vice-Reino do Rio da Prata - formado pelo Uruguai, Bolívia e Paraguai, sob a hegemonia argentina. Seria uma ameaça à livre navegação dos rios platinos. Impediria qualquer contato com o Mato Grosso do Sul, então isolado por terra do resto do país. Mato Grosso do Sul, nesse raciocínio, teria dois futuros: ser anexado à Argentina ou constituir um novo país. Tropas argentinas atravessariam o Paraguai chegando a terras sul-mato-grossense.
A milionária propina paga pelos brasileiros.
A preocupação em conter a influência argentina foi demonstrado por Floriano Peixoto, sucessor de Deodoro, em 1.894. Nesse ano terminou o mandato do presidente paraguaio Juan Gualberto González, do Partido Colorado. Dois candidatos à presidência eram avessos à Argentina e tinham cordiais relações com o Brasil: generais Bernardino Caballero e Juan Bautista Egusquiza. No entanto, a diplomacia brasileira em Assunção enviava informes alarmistas sobre uma eventual candidatura, também do Partido Colorado, de José Segundo Decoud, suspeito de querer anexar o Paraguai à Argentina. Floriano Peixoto, decidiu apoiar a candidatura do general Caballero. Incentivou um golpe de Estado. Entregou aos generais amigos do Brasil uma fortuna em libras esterlinas (a moeda britânica que fazia às vezes de moeda internacional). O golpe ocorreu sem derramamento de sangue. A Argentina não invadiria o Mato Grosso do Sul.
