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Em Pauta

Quatro anos da revolução Papa Francisco

Mário Sérgio Lorenzetto | 14/03/2017 10:44
Quatro anos da revolução Papa Francisco

Chovia muito na praça de São Pedro, no Vaticano. A fumaça branca surgiu na chaminé. O cardeal Jean Louis Tauran anunciou, em latim, o nome do novo pontífice. Ele não estava nas principais apostas. Parte importante do mundo católico nem mesmo sabia de onde ele vinha. Estava escolhido o Papa número 266. Mas o primeiro do "Fim do Mundo", como ele mesmo anunciou. Ou melhor, o primeiro do "Terceiro Mundo" da economia, dos países que distam da riqueza e poder. Mas essa não é uma comunidade qualquer. Tem 1,3 bilhão de adeptos.

Suas primeiras orações foram dedicadas ao papa Benedito XVI. Significativa. Um papa medieval que conviveu com novos tempos no catolicismo e no mundo. E terminou a "entronização" dando um abraço em um doente grave (neurofibrimatose), uma imagem poderosa que deu a volta no mundo.

Francisco trombou nesses quatro anos com temas espinhosos. Melhorou significativamente as finanças do Vaticano e sua moral controversa. O déficit foi reduzido pela metade. Abriu a igreja aos homossexuais. Causou um escândalo, muito maior, ao abri-la aos divorciados. Na semana passada, em uma entrevista ao jornal alemão "Die Zeit", levantou a possibilidade de que homens casados possam se tornar padres para lugares onde exista crise vocacional.

Apesar das posições contrárias, Francisco continua revolucionando o mundo dos católicos. Neste momento, quebra os grilhões do mandonismo. Deu inicio a um mandato horizontal. Para eleger o "Vigário de Roma", inaugurou um processo de consultas dos católicos da cidade. E, ao mesmo tempo, criou o "C9", um conselho de cardeais que discute e analisa as grandes reformas.

Mas Francisco não ficou preso apenas aos muros do Vaticano. Trabalhou para restabelecer as relações entre Cuba e Estados Unidos, tão intensamente, como agora trabalha para melhorar as entre a Palestina e Israel. Está promovendo o degelo de relações entre a China e o Vaticano. E, fundamentalmente, por sua causa, a Itália se tornou o país que melhor acolhe os refugiados da África e do Oriente Médio. Francisco abriu o fechadíssimo Vaticano para o mundo.

Quatro anos da revolução Papa Francisco

Uma greve inoportuna.

Agora que passou o pior momento da crise econômica do país, é hora de garantir os investimentos no sistema educacional. As reivindicações dos sindicatos dos professores são razoáveis. Não se pode perpetuar uma situação de precariedade que não contemple algum sonho, alguma ilusão de melhoria da qualidade do ensino. E isso vale para os dois eternos contendores na democracia - governantes e professores.

Os governos devem pactuar com os partidos de oposição e a comunidade educativa para dotar a rede pública dos recursos que necessita e dos direitos que pretende manter, especialmente os de aposentadoria. Mas os professores devem refletir sobre essa greve. Todos os anos entram em greve e quem sai perdendo são os estudantes e não os governantes.

A greve não deveria ser o método de protesto escolhido. Deveria ser o ultimo recurso e não o primeiro. Denota petismo extremado. O país necessita de uma reforma qualificada da aposentadoria, mas não sabemos qual reforma será produzida pois há amplo espaço para negociação.

Quatro anos da revolução Papa Francisco

Má notícia para o Brasil: China reduz meta de crescimento.

A China fixou a meta de crescimento econômico para 2017 em 6,5%, um valor inferior ao do ano passado - deve fechar em 6,7% - apesar de ser muito superior às demais economias do mundo. O numero consta no relatório do governo, apresentado pelo primeiro-ministro, Li Keqiang, na abertura da sessão da Assembleia Nacional Popular, seu órgão máximo legislativo.

O abrandamento, face ao ano anterior, está em linha com os esforços de Pequim para modernizar ainda mais a estrutura industrial do país e criar uma "sociedade moderadamente confortável", lê-se no documento. O relatório fixa ainda a manutenção da inflação em torno de 3% e a criação de 11 milhões de empregos apenas nas cidades.

Quatro anos da revolução Papa Francisco

Os impostos mais estranhos do mundo.

Quatro anos da revolução Papa Francisco

Usou chapéu, pagou.

Também na Grã Bretanha, entre 1784 e 1811, foi criado um imposto sobre chapéus de homens. A taxa era estipulada de acordo com a riqueza e os chapéus tinham de levar um selo comprovando o pagamento.

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