Após operação, comércio de falsificados segue e festeja "fim da concorrência"
Alvo foi a rede de 4 lojas que, segundo outros vendedores, queria dominar o mercado de produtos falsos
Mesmo após a operação da polícia que apreendeu R$ 2,3 milhões em produtos, a venda de mercadorias falsificadas continua a todo vapor no Centro de Campo Grande, agora sem rede de quatro lojas que era concorrente "desleal", conforme outros vendedores.
RESUMO
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Mesmo após uma operação policial que apreendeu R$ 2,3 milhões em produtos falsificados, a venda de mercadorias falsificadas continua no centro de Campo Grande. Comerciantes criticam a seletividade da ação, enquanto consumidores justificam a compra de réplicas pelo preço mais acessível, apesar dos riscos de má qualidade. A operação foi motivada por denúncias das próprias marcas afetadas, e três lojas foram fiscalizadas. A prática de venda de produtos falsificados persiste, com lojistas temendo novas operações e consumidores cientes das limitações dos produtos adquiridos.
Ontem (5), a Decon (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Contra as Relações de Consumo) fiscalizou comércios da região central e teve 8 toneladas de roupas e sapatos apreendidos em uma única loja.
Vendedora de 40 anos, que pediu para não ter o nome divulgado, criticou a seletividade da ação. Segundo ela, tem lojistas com estabelecimentos em ruas tradicionais do comércio central vendendo produtos falsificados e comemorando que perdeu o concorrente.
“Vieram em três lojas, mas por que não entraram nos comércios ao lado? Entendo que não dá para abordar todos no mesmo dia, mas por que não fiscalizam um por um?”, questiona. A loja em que a mulher trabalha foi alvo da polícia no ano passado, justamente por causa de mercadoria falsificada.
A "conversa" na manhã desta quinta-feira é de que empresário que foi "com muita sede ao pote" passou a ser visto como concorrência desleal e acabou como alvo da polícia.
Dono de loja há 13 anos no Camelódromo de Campo Grande, comerciante de 53 anos, assume que vende réplica e tem receio de ser alvo de operação. “Trazemos tudo com nota, mas corremos o risco de alguma grande marca denunciar a gente”, contou.
A administração do local se nega a falar sobre o assunto, mas o comerciante não. Ele diz que para, evitar chamar atenção, procura deixar os produtos falsificados mais escondidos. “Lá [nos estabelecimentos alvos], estava muito explícito, tênis por R$ 70. O cara entrou com muita força no mercado, tinha quatro lojas”, pontuou.
A filósofa Aline Maria Vilas Boas, de 40 anos, havia acabado de comprar o que chamam de réplica de um perfume. “Sei que o produto não é original, o vendedor explicou que o cheiro vai durar 8 horas, enquanto que o original dura 20 horas, mas paguei R$ 50, o original custa mais de R$ 100”, justificou.
Outra cliente, Maria de Fátima da Silva, de 56 anos, também tinha comprado uma mochila de marca falsificada para a filha de 10 anos. Ao ser questionada, afirmou que muitas vezes o barato sai mais caro, mas acaba comprando pelo valor mais acessível
Ela citou experiências ruins com produtos de má qualidade. “As condições fazem a gente comprar um similar porque é mais barato, mas já comprei mochila falsificada que estragou muito rápido e um tênis que descolou a sola”, disse.
A denúncia à polícia, que motivou a operação, foi feita pelas próprias marcas por meio de escritórios internacionais. Os produtos falsificados apreendidos pela Decon (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Contra as Relações de Consumo) somam aproximadamente R$ 2,3 milhões. Ontem foram fiscalizadas três lojas: das Avenidas Calógeras e Afonso Pena, e também na Rua Barão do Rio Branco com a 14 de Julho.
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