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Em Pauta

Quem cuidará dos idosos serão os robots

Mário Sérgio Lorenzetto | 03/03/2018 08:15
Quem cuidará dos idosos serão os robots

Cada vez somos mais velhos. Não só individualmente, mas como sociedade global. Segundo dados das Nações Unidas há quase um bilhão de idosos no mundo. Esse grupo cresce, além do mais, algo como três por cento ao ano. Logo seremos mais de três bilhões.Há dezenas de países onde somos um quarto da população. O único continente jovem do mundo é o africano, somente por lá ainda demorará muito para chegar a esse percentual de um quarto da população. Com esses dados não é estranho que o envelhecimento da população seja um dos temas preferenciais de governos, instituições e empresas.
Façam a seguinte conta: desde zero até a formação universitária, passaram 8.000 dias. Desde a faculdade até a idade madura de 45 anos, foram outros 8.000 dias. Contando os dias desde a idade madura até a aposentadoria - que, mais dia ou menos dia, será aos 65 anos - temos, aproximadamente, outros 8.000 dias. Com o envelhecimento populacional, temos de contar outros 8.000 dias, como média, que logo será atingida, pois facilmente chegaremos aos 85 anos. Este dado nos leva a uma pergunta chave: quem cuidará de tantos idosos no mundo? A resposta pronta é: cuidadores. O Japão, um dos mais países com maior longevidade espera, para breve, a falta de um milhão de cuidadores. Assim será no mundo todo, não importa em qual país vivemos, não existirão cuidadores para tantos idosos.
Com essa preocupação, alguns países estão criando robots para cuidar de idosos. A França conta com o robot denominado "Peper Robot", o Japão conta com 4 tipos de robots, Portugal está desenvolvendo a passos largos o "Growme Up", a China têm o " E-Dowear" e a Tailândia também está desenvolvendo outro robot para idosos.
Segundo o MIT, centro de alta tecnologia dos EUA, todos deveríamos estar nos perguntando, antes da aposentadoria, questões aparentemente triviais: "Quem trocará minhas lâmpadas?", "Como conseguirei um sorvete?", "Com quem almoçarei?". Nessas perguntas simples estão a chave do bem-estar, porque nos aproximam de questões reais que mais preocupam o cotidiano dos idosos: a solidão, a mobilidade e a saúde. Todos deveríamos nos perguntar como podemos nos manter nas cercanias emotivas da família. É uma verdade inquestionável que os robots cuidarão dos idosos, mas só a família nos manterá emocionalmente satisfeitos.

Quem cuidará dos idosos serão os robots

Como os idosos perdem seus direitos.

Se conheceram em uma lotérica. Ele esperava sentado e ela se aproximou. Ela pediu que jogasse seu número. Ele o fez, mas não ganhou. Tentou de novo; nada. Ela disse que não importava. Ele jogou uma vez mais. Ganharam. Dividiram US$5.000. Pouco depois, compartilhavam tudo. Em 2014, casaram. "O casamento inter racial mais idoso dos EUA", bradaram as manchetes. Eddie, branco, tinha 95 anos. Edith, 96 anos, tinha a pele negra. A cor da pele era irrelevante para eles. Tinham coração vermelho. E o importante é o coração e não a pele. Eddie diz que "foi um flechaço". Só a morte os separaria. Todavia, uma filha dela se insurgiu. Reescreveu o epílogo de Edith e Eddie. Patricia, uma das filhas dela dizia que Eddie roubaria o dinheiro de Edith. Ingressou na justiça e venceu. Separou o casal. Ele, à partir de então, dedicou seus dias a esperar por Edith.
Esta não é uma história isolada. Sim, é verdade, concorrerá ao Oscar de documentários, mas há pelo menos 1,5 milhão de norte americanos que perderam seus direitos. Muitos por demência senil ou Alzheimer. Outros pela vontade egoísta dos filhos. Não há estudos no Brasil que nos digam quantos vivem nessa situação.
Mas há o inverso. Milhões de idosos vivem no mais absoluto abandono. Seus filhos "não têm tempo". Não os vêem. Só aguardam a hora da despedida final. Muitos filhos tornam-se reféns de seus consortes. Estes não desejam conviver com o sogro ou a sogra, lutam pelo abandono do idoso. Lhes resta a solidão, ainda que tenham sido bons pais. O esquecimento. Essa não é uma história do sistema previdenciário. É uma história do sistema emocional, de como os idosos foram gradativamente ilhados nas cidades. Como se fossem náufragos em meio à multidão. Procurando pela bóia que os atará ao carinho dos filhos. Com Alzheimer ou demência senil, suas emoções permanecem intactas. Choram na solidão. Alegram-se com a visita da netinha. A raiva é uma constante. Sobram explicações científicas... de nada servem.

Quem cuidará dos idosos serão os robots

Os jovens atuais, mais radicais e interessados pela política.

Mais radicais em sua ideologia e interessados na política. Assim são os jovens entre 15 e 24 anos na atualidade. creem na participação política como forma de mudança social. Estes os resultados decantados das últimas pesquisas nacionais.
A tendência a escorar-se ideologicamente é outra mudança. Aproximadamente um em cada cinco jovens (22%) se situa ideologicamente na extrema direita - Bolsonaro - ou na extrema esquerda - Lula e Bolos. Essa confiança na política como ferramenta para melhorar a sociedade não se traduz, todavia, em uma opinião positiva sobre os políticos. Eles acreditam que os políticos buscam antes seus próprios interesses ou de seus partidos, bem como de bancos, grandes empresas e grandes grupos de pressão. O percentual dos que não acreditam nos políticos é estratosférico: 70%.

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