Quem foi a "mãe Joana", dona da casa em que valia tudo?
"Isto está como a casa da mãe Joana", dizemos de algum lugar onde impera o vale tudo. Não é um mero ditado popular. A mulher em questão existiu. Seu nome verdadeiro era Joana I de Nápoles - ou Giovanna, que é o nome original em italiano. Joana nasceu em 1.352 e morreu assassinada aos 56 anos. Governou não apenas Nápoles, mas também a Provença francesa e uma parte do território grego.
Quatro casamentos e uma imensa fortuna.
Joana foi recordista em seu tempo, casou-se inacreditáveis quatro vezes. Foi viúva dos três primeiros maridos, todos nobres riquíssimos. Ao morrer asfixiada em um crime até hoje inexplicado, deixou o último cônjuge, um certo Otto, que atendia pelo título de duque, multimilionário.
Boccaccio e Dumas renderam homenagens.
Joana era tão famosa - e bem quista - que Giovanni Boccaccio, autor do maravilhoso Decameron, escreveu sua biografia. Outro autor conhecido a lhe render homenagem foi Alexandre Dumas, o pai, que deixou um romance inteiro inspirado na napolitana.
Dona do bordel mais famoso da história da humanidade.
Nunca ouve um bordel tão famoso quanto a da "mãe Joana", dizem os historiadores. Ficava em Avignon, a cidade francesa mais importante do século XIV. O estabelecimento se chamava "Abadia". Não pensem que era um deboche com a igreja católica. O apelido veio dos bons tratos das prostitutas, assemelhados aos prestados às freiras. Na verdade, os católicos aprovavam o local pois Joana pagava polpudos impostos ao Papa. Joana era gentil, pagava salários, alimentava muito bem as moças e não permitia que cliente algum as maltratassem. Esse comportamento, anormal para um bordel, lhe rendeu a fama de "mãezona das meretrizes".