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Em Pauta

Rivalidade romântica e guerra, o fim da monarquia brasileira

Mário Sérgio Lorenzetto | 10/09/2023 07:30
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Em 1.868, os aliados tomaram Assunção. O ditador paraguaio, Solano López, estava foragido na selva. López não jogou a toalha e criou um exército de meninos de até 8 anos de idade, que pintavam bigodes e barbas com carvão, para passarem por adultos. Para Caxias, o comandante da Tríplice Aliança, a guerra tinha terminado. Velho e doente, Caxias quis dar fim ao conflito. Afinal, a bandeira brasileira tremulava em Assunção. Mas Pedro II não estava satisfeito. Queria sangue. Nomeou seu genro, conde d'Eu, para suceder Caxias. A crueldade, típica do império de Pedro II, degolou prisioneiros desarmados e executou crianças a sangue-frio. O conde era um criminoso de guerra.


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Moldou a nossa história.

Essa guerra moldou a história brasileira. A vitória transformou o exército em algo que nunca tinha sido: uma força política. Tão forte que foi capaz de bater de frente com os nobres. E derrotá-los.


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Sena Madureira e o abolicionismo.

É raro ler o papel do tenente-coronel Sena Madureira na abolição dos escravos. Mas foi fundamental. Sena Madureira era um veterano de guerra e comandante da escola de tiro de Campo Grande, no Rio de Janeiro. Teve a ideia de receber com festa o jangadeiro cearense Francisco José do Nascimento, um dos maiores nomes do abolicionismo no país. Pedro II considerou a festa um ato de de indisciplina. Sena foi demitido trocou farpas com Franco de Sá, o ministro da Guerra. A atitude de Sena foi defendida pelos maiores nomes do exército na Guerra do Paraguai, dentre eles, o marechal Deodoro da Fonseca.


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Por ciúmes.

Em 1.889, os republicanos convenceram o super insatisfeito Deodoro de que o governo tinha expedido uma ordem de prisão contra ele. Era uma fake news, mas serviu de estopim para que Deodoro juntasse um pequeno batalhão e marchasse pelo Rio de Janeiro exigindo a deposição de todos ministros de Pedro II. Era o primeiro ato da deposição de Pedro II. Logo a seguir, o monarca, um exímio incompetente, nomeou para comandar todos os ministérios Gaspar Martins. Era a gota d'água. Gaspar Martins tinha disputado o amor de mulher com Deodoro e, por isso, virado seu inimigo eterno. Dizem que o comandante pronunciou: "Aí já é demais". Deodoro derrubou a monarquia. Estava proclamada a República. Graças a uma rivalidade romântica. E, principalmente, graças à Guerra do Paraguai. É claro que não podemos esquecer que a dívida brasileira tinha crescido onze vezes, tornando o país ingovernável.

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