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Em Pauta

Roubar terras no MS? O caso do barão picareta

Mário Sérgio Lorenzetto | 09/03/2023 08:10
Campo Grande News - Conteúdo de Verdade

A ação da polícia federal tomou as manchetes da imprensa local. Vereador e ex-vereador de Ponta Porã estavam roubando terras na fronteira, diz a denúncia. Ainda que tenha sido uma ação policial inusitada, não é desconhecida pela história; pelo contrário, há inúmeras tentativas - muitas bem sucedidas - de roubo de terras pertencentes ao governo. A maior tentativa de golpe foi jogada de um barão. Antonina, barão de relativa importância, quase conseguiu se tornar o dono da grande totalidade das terras do atual Mato Grosso do Sul.


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Doze gigantescas fazendas.

Os documentos da época falam que o Barão de Antonina tentou roubar "todas" as terras do Mato Grosso do Sul. Exagero, haviam fazendas produtivas em mãos de outras pessoas, mas o gigantismo das terras que Antonina tentou roubar chama a atenção. São doze fazendas, não muito bem delimitadas, mas passíveis de serem "enxergadas" no mapa.


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Onde roubo se encontra com os interesses governamentais.

O governo desejava encontrar um caminho alternativo ao usado pelos paulistas para chegar ao vizinho Mato Grosso (saiam de Porto Feliz, em SP, até Cuiabá). Naquele momento, era uma "estrada" tida como "impraticável". Conhecedor desse interesse, o Barão Picareta contratou o mineiro Joaquim Francisco Lopes em 1.847. Foram duas viagens. Andaram por enormes extensões de terra. Chegaram a Albuquerque (Corumbá) e Miranda, em um dos limites percorridos. Também conheceram os Campos da Vacaria, a região de Dourados, Maracaju, Rio Brilhante e Nioaque em outro limite.


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Um homem bem informado.

Sabia o Barão Picareta que seria promulgada uma lei facultando a todos os posseiros o direito de requerer, como própria, a terra de domínio público, sob ocupação, qualquer que fosse seu tamanho. Foi com esse conhecimento que Antonina contratou os trabalhos do Joaquim, um dos irmãos Lopes que se tornariam famosos quando da Guerra do Paraguai. Interessante saber que o Brasil está há mais de duzentos anos doando terra para posseiro. O problema do barão foi que ele não tomou posse das 12 fazendas reivindicadas, à exceção de uma delas. Em 1.906, João Abbott comprou essas tais terras. Comprou mas não levou. O governo estadual provou - e ganhou na justiça - que Antonina não efetivara as posses. Era só uma picaretagem, como muitas que ocorreram à partir de então. Antonina é o "Pai da Picaretagem" de terras do MS.

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