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Em Pauta

Sobre cores: no inicio o mundo era pintado só pelo ocre

Mário Sérgio Lorenzetto | 08/07/2023 08:45
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O ocre foi a primeira pintura no mundo. Foi usado em todos os continentes habitados desde que se começou a pintar. Seu amarelo escuro está presente nas pinturas nas paredes de Aquidauana e Rio Verde. No Japão e nos Estados Unidos. Assim como na Sibéria e na França. Na Itália, há um vale com dez mil desenhos gravados nas rochas. Esses "petroglifos" do Vale Camonica indicam que ali viveram povos que contavam histórias desenhando nas paredes. Todos têm a cor ocre. É a cor por excelência de todos os povos primitivos.


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O melhor ocre era turco.

O ocre é uma substância denominada óxido de ferro. Na Antiguidade, o melhor ocre era o existente na cidade de Sinope, na Turquia atual, e era tão valioso que era envolvido em couro e marcado por um selo especial. Era chamado de "sinope selado". Os primeiros povoadores brancos da América do Norte chamaram os indígenas de "índios vermelhos" pelo modo que pintavam seus corpos com um ocre amarelo-avermelhado. Era tido como uma couraça contra o mal, como símbolo positivo do mundo. Também acreditavam que os protegiam do frio e insetos. Mas apesar desse tom do ocre da América do Norte, a palavra "ocre" procede do grego e significa "amarelo pálido", cor das terras daquela região. E nisso há quase unanimidade, o ocre é da cor da terra para inumeráveis povos.


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A grande guerra do ocre.

Terra de Arnhem. Essa é a pátria dos aborígenes australianos. Os forasteiros só podem visitá-la se forem convidados. Nessa região do norte australiano, o comércio era feito com ocre. Trocavam sacos de ocre por ferramentas com aborígenes de outras regiões. O mais comum era trocar ocre por bumerangues (naquela época, o bumerangue não voltava) ou por lanças. O ocre era sagrado e viajava dentro de bolsas feitas com pele de canguru. Então, em 1.860 chegaram os primeiros fazendeiros brancos e começaram as escaramuças. Os governantes chamaram a matança que começou de "guerra do ocre". Aos aborígenes não lhes interessavam as noções europeias de propriedade da terra. Os brancos começaram a política de "uma ovelha por um aborígene", a cada ovelha morta pelos aborígenes, enforcavam um membro da tribo. A guerra do ocre se converteu no "massacre do ocre". Alguém do governo sugeriu parar a matança. Se os aborígenes não podiam ir à montanha de onde tiravam o ocre, que transladassem a montanha. Por incrível que pareça, assim fizeram. Mudaram a montanha de lugar. Mas havia um problema: transladaram a montanha errada. O massacre continuou.

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