Terror islâmico dificulta a vitória dos Colorados no Paraguai
Dia 30 de abril os paraguaios irão às urnas para escolher seu novo presidente. Há algo de novo nessas eleições: é provável que o Partido Colorado seja derrotado depois de muito tempo no poder. Esse partido conservador joga sua hegemonia contra o Partido Liberal, também conservador. O poder dos Colorados está em crise desde que o Tesouro dos Estados Unidos decidiu sancionar seu chefão Horácio Cartes. Ele é um dos homens mais ricos da América Latina devido ao contrabando de cigarros com sua principal empresa - Tabacalera del Este - e da lavagem de dinheiro pelo Banco Amambay, atual Banco Basa. A principal acusação é de que Cartes está financiando grupos tidos como terroristas pelos EUA como o Hezbollah.
Cartes nem votava.
Até 2013, Cartes nem mesmo tinha título eleitoral, não votava. Naquele ano, decidiu candidatar-se a presidente pelos Colorados e venceu a disputa com Efraín Alegre, o mesmo candidato dos liberais que volta a se candidatar pela terceira vez. As pesquisas feitas no Paraguai mostram um quadro de derrota certa para os liberais de até 30% de diferença. Todavia, ninguém nelas acredita, dizem que são manipuladas. Tomam como parâmetro a pesquisa feita pelo instituto brasileiro Atlas, que da dois pontos de vantagem a Efrain Alegre frente a Santiago Peña, o candidato ungido e financiado por Cartes.
Cartes: "Significativamente corrupto".
O Tesouro norte-americano considera Cartes "significativamente corrupto". Ele não pode entrar nos EUA e suas empresas também não podem realizar negócios com os gringos. Seu banco deixou de receber muito dinheiro das centenas de milhares de paraguaios que vivem nos EUA e mandam dinheiro para seus familiares. Decorrente dessas sanções e do domínio total de Cartes sobre o Partido Colorado, ninguém nem mesmo sabe direito o nome de seu candidato. O debate se dá tão somente sobre a vida de Cartes.