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Em Pauta

Um com muito desejo, outro com pouco. Equilibrio sexual

Mário Sérgio Lorenzetto | 16/05/2023 07:45
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Os terapeutas sexuais costumam afirmar que o pior dia é o dos namorados. É o dia em que aparecem os casais com maiores problemas, especialmente sexuais. É o dia de maior angústia para os casais com dificuldades para resolver problemas sexuais. O sexo não é tão fácil e nem simples como a cultura popular nos faz crer.


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A falta de conexão no desejo.

Um dos membros do casal quer sexo várias vezes ao dia, e o outro menos de uma vez por mês. Esse é o problema que se apresenta com maior frequência nas consultas dos terapeutas sexuais. É comum uma discrepância do desejo sexual. E isso é problemático pois a sexualidade representa uma parte central de nossa própria identidade. Os sentimentos de rechaço quando um não quer relação sexual, e o inverso, o sentimento de obrigação de ter sexo quando um não quer ferir os sentimentos do outro, acabam vulnerabilizando o namoro ou casamento.


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Ninfomania e satiríase.

Nos anos cinquenta, o manual de diagnóstico dos transtornos mentais da Associação Americana de Psiquiatria, adotado no Ocidente, já enumerava os problemas de ter desejo sexual excessivo. Nas mulheres, se denominava "ninfomania". O diagnóstico correspondente para os homens era "satiríase". O tratamento comum, naquela época, era a lobotomia frontal ou a terapia com eletrochoques. Mas isso só acontecia com as mulheres. Os homens hipersexualizados - sátiros - eram considerados perfeitamente normais.


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E veio a revolução sexual.

Com o advento da revolução sexual, nos anos 60 e 70, a ideia de hipersexualização passou a ser patológica para homens e mulheres. Nos anos 80, todavia, passaram a se concentrar apenas naqueles que tinham pouco ou nenhum desejo sexual. Criaram inclusive uma nomenclatura: "transtorno do desejo sexual hipoativo", quando o baixo desejo causa angústia. Depois de 2013, mudaram tudo novamente. Separaram a disfunção erétil do transtorno do desejo sexual hipoativo para os homens. Para as mulheres, o diagnóstico passou a ser "transtorno de interesse".


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Desentranhados os problemas sexuais.

Passaram a entender que o terapeuta tem o dever de desentranhar os problemas. Se você vai a um médico e diz que tem "dor no estômago ", o trabalho do medico é averiguar se comeu algo que te intoxicou ou sem você tem uma úlcera. Quando se trata de problemas sexuais, é igualmente importante que a responsabilidade recaia sobre os médicos para averiguar se a questão é de excitação ou de desejo. A terapia sexual progrediu enormemente nos últimos anos.

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