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Em Pauta

Uma fábrica de lentes acabou com as bactérias na água

Por Mário Sérgio Lorenzetto | 14/01/2024 08:23
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Durante séculos o homem da cidade teve pavor da água. Era garantia de doenças como a febre tifoide e o cólera. No início dos anos 1.870, os artesãos alemães da fábrica de lentes Zeiss começariam a mudar essas fúnebres história. A Zeiss é a mesma fábrica que provavelmente produziu as lentes que estão em teus óculos. Eles, no século XIX, começaram a produzir novos microscópios. Eram estudiosos. Pela primeira vez, construíram microscópios a partir de fórmulas matemáticas descrevendo o comportamento da luz. Esses aparelhos possibilitaram Robert Koch a identificar a bactéria do cólera.


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Koch e a teoria dos germes.

Depois de receber o Nobel pela descoberta da bactéria que causava cólera, Koch agradeceu a fábrica alemã por seu trabalho. Escreveu: "Devo grande parte do meu sucesso a seus excelentes microscópios. Ele e seu rival, Louis Pasteur, ajudaram a desenvolver e a divulgar o grande avanço na saúde pública: o conhecimento de que germes invisíveis podem matar. Mas Koch não parou aí. Não apenas viu as bactérias como também desenvolveu sofisticadas ferramentas para medir a densidade de bactérias em certa quantidade de água. Disse que se qualquer quantidade de água tivesse menos de cem colônias de bactérias por mililitro, era considerada segura para beber.


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À frente de combate de John Leal.

Leal era um mero médico de Nova Jersey, nos EUA, só tratava pacientes. Mas tinha um interesse apaixonado por melhorar as condições da água. Seu interesse nascera de uma tragédia pessoal. Seu pai morrera na Guerra Civil por beber água infestada por bactérias. Ele também conhecia os verdadeiros motivos da mortandade naquela guerra. Lera que somente 19 homens morriam, em média, nos combates; por infecção, morriam 178.


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O veneno salvador.

Leal experimentou muitas técnicas para matar bactérias, mas no início de 1.898 um veneno começou a despertar seu interesse: o hipoclorito de cálcio, mais conhecido como cloro. A ideia de colocar cloro na água não tinha sido pensada. Seu odor forte e acre impossibilitava qualquer ideia engenhosa. Leal teve coragem e propôs colocar cloro na água de N.Jersey para seus patrões. Escondeu de todo mundo e testou. Sabia a dosagem certa que não envenenaria os humanos, mas mataria as bactérias. Era uma intervenção bizarra e ousada. Aquele foi um risco tremendo. Foi a primeira cloração de água da história. Leal foi levado aos tribunais. Venceu. E ainda fez outro bem à humanidade: não quis patentear sua descoberta. Logo todos os municípios do mundo adotavam a cloração. Ninguém homenageia a família Zeiss, Koch e Leal.

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