Uma religião que admite ateus, mas mantém a sociedade coesa
Entre as grandes religiões que existem hoje, o hinduísmo é a mais antiga. Teve início por volta de 1.500 anos antes de Cristo. Seus textos sagrados são 500 anos mais antigos que o Velho Testamento, o livro dos judeus e cristãos. Com 1,3 bilhão de seguidores, em torno de 15% da população mundial, tende a crescer ainda mais dada a explosão demográfica da Índia e países vizinhos. Essa religião, tão desconhecida dos brasileiros, tem uma característica difícil de entender: aceita ateus entre seus membros.
Sem livro fundamental e nem autoridade máxima.
O hinduísmo não tem só um livro fundamental, tem muitos. Não há por lá uma Bíblia, um Corão ou a Torá. Também não tem uma autoridade máxima, como o Papa. E não aceita a ideia de profetas, como Jesus, Buda e Maomé. Em verdade, não existe só um hinduísmo, são seis. "Hinduísmo" é um termo "guarda-chuva".
Até ateus.
Existe hinduísmo monoteísta, como nosso cristianismo, aqueles que acreditam em um só Deus. Realmente é bem parecido com a religião criada por Jesus. Vem dessa vertente do hinduísmo a ideia de que Jesus estudou profundamente seus preceitos. Há o hinduísmo politeístas. Para estes, uma profusão de deuses os protegem. E o mais incrível, ainda há um hinduísmo que aceita muito bem os ateus.
Hinduísmo é mais amplo que uma religião.
É possível ser adepto do hinduismo e não acreditar na existência de Deus porque é algo maior que uma religião. É algo que se denomina "dharma", que não tem uma boa tradução em português. Mas é muito importante: um conjunto de regras, direitos e deveres que mantém a sociedade coesa e funcional. Guia verdadeiramente o estilo de vida dos cidadãos. Algo que as outras grandes religiões vem perdendo paulatinamente. Essa forte coesão social, mantida pelo hinduísmo por milênios, foi fundamental para as demais religiões. Fez com que os países adeptos do ateísmo marxista deixassem de persegui-las. Sociedade fortemente coesa é aspiração de qualquer ideologia.