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Finanças & Investimentos

Como dar 'dinheiro' de presente para seu filho

Por Emanuel Gutierrez Steffen (*) | 11/07/2014 08:23

Manda a tradição que o presente para crianças é associado ao hábito de comprar brinquedos, engordando o faturamento dos varejistas. Mas há outra maneira de presentear uma criança: planejando seu futuro. Escolher um produto financeiro que proporcione benefícios para ela e ensiná-la o valor do dinheiro não são tarefas das mais fáceis, mas pode ser um belo presente.

Aquilo que seria um ‘presentão’ para um adulto pode não fazer muito sentido para a criança, explica o educador financeiro André Massaro. “Crianças têm certa dificuldade em entender o valor de coisas intangíveis. Para algumas delas, ganhar um investimento de R$ 1 mil é pior do que ganhar um carrinho de R$ 10”.Ao receber o presente financeiro, explica Massaro, a criança pode ter a estranha sensação de que nada ganhou ou de que recebeu um ‘presente de grego’. “É interessante, ao presentar com um investimento, também dar a ela alguma coisa ‘concreta’ e tangível como um brinquedo”, recomenda.Dar dinheiro sem critérios para uma criança ou jovem, da mesma forma, não ajuda em absolutamente nada e ainda contribui para criar uma personalidade consumista, na visão do educador financeiro e presidente da Dsop Educação Financeira, Reinaldo Domingos. "Por outro lado, ao ensinar o valor do dinheiro, abre-se a oportunidade de inserir novos hábitos e mostrar que é possível buscar realização pessoal com seu controle", explica.

Por não cobrar taxas nem impostos, a caderneta de poupança é o instrumento mais simples para introduzir a criança no universo bancário. Formar uma poupança para o filho com um capital modesto é uma boa oportunidade não apenas para ensiná-la o mecanismo de poupar, mas também para introduzir o conceito de juros, geralmente complexo até para adultos.Uma forma simples é utilizar a analogia do tradicional cofrinho, orienta Domingos. O primeiro passo é chamar a criança para uma conversa e apresentar a caderneta para ela. Em seguida, deve-se compará-la ao cofrinho onde as moedas são depositadas regularmente, com a diferença de que, na poupança, todos os meses algumas moedas a mais são colocadas pelo banco como recompensa por ter deixado o dinheiro guardado, explica o especialista. Mostrar o extrato da aplicação é outra forma de ensinar como se acumula capital.

Há diversos produtos de previdência infantil no mercado para o longo prazo. Este é um presente para ser desfrutado depois de muitos anos, seja com uma viagem ao exterior, uma faculdade ou o primeiro carro. É importante definir o objetivo desde cedo – já no nascimento, se possível –, e quanto antes for iniciado o investimento, maior o patrimônio acumulado.Procurar taxas de administração mais baixas é fundamental para garantir a rentabilidade. “Quando a criança tiver maturidade para entender, é preciso apresentar este benefício e contar que o dinheiro foi guardado todo mês”, explica Domingos.Para o educador financeiro Mauro Calil, deve-se reinvestir os juros provenientes da aplicação até alcançar o objetivo final. Se um pai depositar mensalmente R$ 100 em um plano de previdência para o filho desde seu nascimento – supondo uma rentabilidade de 6% ao ano (valor aproximado da poupança), ao completar 23 anos, ele terá acumulado uma reserva de R$ 58,2 mil. Outra hipótese é o filho manter a aplicação para sua aposentadoria até os 50 anos, cuja reserva acumulada será de R$ 359.625,39.

Comprar ações de empresas listadas na Bolsa para uma criança é a opção menos conservadora de investimento e exige sangue frio dos pais, embora seja apontada como boa opção de longo prazo. Quanto maiores as chances de ganhos, maior o risco de perdas neste investimento.“Aposte em empresas e setores que crescem. No longo prazo, companhias sólidas costumam resultar em bons ganhos para o investidor”, recomenda o consultor Calil. Este tipo de investimento, contudo, exige disposição ao risco e conhecimento do mercado. “Os pais que investem neste instrumento devem acompanhar periodicamente o investimento e observar seu desempenho para tomar as decisões corretas”, diz.

Informações IGeconomia
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(*) Emanuel Gutierrez Steffen – Criador do portal www.manualinvest.com

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