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Finanças & Investimentos

Dinheiro como ferramenta de felicidade

Por Emanuel Gutierrez Steffen (*) | 09/02/2015 08:24

Não existe uma fórmula mágica e transformadora que permita, do dia para a noite, deixar as pessoas mais ricas (ou menos pobres), mas posso afirmar categoricamente que é possível identificar caminhos que conduzem a uma vida mais próspera e feliz. A frase de Machado de Assis, “O dinheiro não traz felicidade para quem não sabe fazer com ele”, retrata bem a relação que o brasileiro tem com o dinheiro. A felicidade não está no dinheiro em si, mas na relação que mantemos com ele, que nem sempre é transparente e sadia.

Depois de um ano cheio de denúncias de corrupção, onde o cerne do problema foi (e ainda é) a má utilização de recursos públicos (dinheiro na cueca, na mala, em sacos pretos transportados por lá e acolá), fica a impressão de que ser bem-sucedido financeiramente é um pecado mortal. Para refinar esse sentimento, mostrando que a relação com o dinheiro não precisa ser baseada em falcatruas e sim em perspectivas reais e boas decisões, preparei esse texto em que procuro discutir oportunidades e caminhos de transformar sua vida para melhor, fazendo do dinheiro uma ferramenta que potencializará suas possibilidades de ser feliz.Imagine que todos os dias temos a responsabilidade de escolher caminhos que nos façam seguir rumo a um futuro melhor. Certo, a escolha nem sempre é fácil porque quase sempre o que é melhor para o nosso futuro torna o presente um momento de mais privações, e o poder da felicidade e bem-estar imediatos são forças extremamente poderosas. O texto de hoje nasceu justamente com a perspectiva de trazer esse debate sincero e importante sobre os melhores caminhos que podem nos deixar mais ricos, mas principalmente mais felizes, já que a ferramenta “dinheiro” quando bem utilizada pode abrir diversas possibilidades neste sentido.

1. Faça de sua vida um eterno aprendizado: Vivemos em um mundo cheio de oportunidades e nunca foi tão fácil aprender não só sobre finanças, mas sobre tudo. A internet democratizou o aprendizado e hoje existe conteúdo de sobra, com milhares de horas de estudo, e boa parte disso distribuída de forma gratuita. Aprenda! Aprenda buscando, errando e experimentando; aprenda com os outros; aprenda com a família. Aprenda!

2. Torne mais sadia sua relação com o consumo e o crédito: Depois de anos de superinflação, o Brasil encontrou, há duas décadas, a estabilização econômica através do Plano Real. É verdade que estamos passando por um momento especialmente delicado, mas o que acontece agora (apesar de ser preocupante) não chega nem perto do que acontecia nas décadas de 80 e boa parte dos anos 90. Naquele tempo, o medo da desvalorização do dinheiro da noite para o dia fazia com que as famílias corressem para gastar o dinheiro rapidamente. Guardar dinheiro naquela época e falar sobre educação financeira era uma verdadeira utopia. Os anos foram passando e o país foi se transformando. Nosso sistema financeiro se tornou mais complexo e foram surgindo oportunidades de investir e, sobretudo com a inflação controlada (de forma minimamente aceitável), realizar algum planejamento financeiro.

A sede de consumo e o costume de consumir rapidamente (característica que ficou no DNA do povo desde aquele período de superinflação), somados ao crédito fácil que começou a ser disponibilizado também após o Plano Real, criaram no brasileiro a “vítima” perfeita para os bancos e financeiras. A facilidade e a sensação de ter cada vez mais escondem uma grande cilada para as pessoas: os altos juros do crédito no Brasil – no decorrer dos anos, cada vez mais encontramos pessoas que se afundaram com a mistura perigosa de crédito fácil e juros elevados.O cheque especial e o rotativo de cartão de crédito passaram de ferramentas de realização de sonhos a verdadeiras armas de destruição em massa, afetando a vida das pessoas no trabalho e em casa. No nosso atual cenário (2015), olhamos a tendência do crédito se tornar ainda mais caro, portanto é indispensável que passemos a adotar uma postura mais conservadora e franca com o dinheiro, apostando definitivamente no “consumo consciente” e no pagamento à vista.Chega de dinheiro emprestado, tanta dívida e financiamento para tudo! O caminho agora deve ser outro, mais focado em você e em suas prioridades: defina melhor seus objetivos e passe a economizar/poupar para conquistá-los, apostando sempre em uma boa negociação.

3. Invista, invista e invista!É difícil encontrar alguém que não concorde com o discurso de que “é importante poupar para o futuro”. O discurso, como já sabemos, nem sempre condiz com a prática, por isso temos no país uma realidade triste, principalmente quando o tempo passa e as pessoas chegam no momento da aposentadoria.Hoje, posso afirmar sem medo de errar que grande parte dos aposentados no país acaba vivendo com o amparo financeiro dos familiares e amigos (e da caridade de estranhos), já que o que suas aposentadorias e pensões não garantem muitas vezes nem a compra dos remédios. Já sabemos que a expectativa de vida do brasileiro está crescendo cada vez mais. Viveremos mais, que bom! Acontece que também existe boa dose de realidade neste fato: para desfrutar com mais qualidade deste tempo maior de vida é fundamental que comecemos a preparar o bolso.

A análise fria do assunto faz com que fique claro que o atual sistema previdenciário não conseguirá oferecer às pessoas nem mesmo o pouco que já oferece hoje, afinal se viveremos mais, passaremos mais tempo como beneficiários e sem contribuir para o sistema. O colapso está a caminho. É claro que mais cedo ou mais tarde uma reforma na Previdência acontecerá e precisará cortar o tamanho dos benefícios e elevar o tempo de contribuição no sistema para concessão das aposentadorias, mas quando isso acontecerá? Quem pagará a conta até que isso seja alterado? Existem especialistas que julgam necessário que mesmo os aposentados (no futuro) precisarão continuar contribuindo com a previdência.A realidade é uma só: para garantir o futuro, não podemos esperar mais nada. Comece o seu planejamento considerando como será sua realidade, desejos, vontades e necessidades lá na frente. Aprenda que quanto maior o tempo até lá, mais oportunidades e menores quantidades de dinheiro serão necessárias para construir seu futuro ideal.Aqui o recado é claro: invista, invista e invista! Ou você prepara o próprio futuro ou terá que depender de muitas outras coisas e pessoas para vivê-lo com alguma dignidade. Não pague nem espere para ver, isso pode ser ainda pior.

“As pessoas dividem-se entre aquelas que poupam como se vivessem para sempre e aquelas que gastam como se fossem morrer amanhã” (Aristóteles)

Fonte: dinheirama.com.br
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(*) Emanuel Gutierrez Steffen, criador do portal www.mayel.com.br

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