Dívida não é problema, é resultado!
Já sabemos que 60% das famílias brasileiras têm dívidas e este número vem crescendo de maneira preocupante. Mas a verdade é que, independente do grau de sofrimento e angústia que elas causam, as dívidas não são um problema. Na verdade as dívidas são meras consequências ou resultado do problema real. Esse problema real, ou seja, o que “causa o endividamento” é o “desequilíbrio financeiro”. O desequilíbrio é o verdadeiro problema. E as causas do desequilíbrio financeiro podem ser externas ou internas.
Causas externas: O desequilíbrio tem causas externas quando a pessoa vive em uma situação de equilíbrio financeiro, mas esse equilíbrio é perturbado por algum evento externo inesperado com efeitos catastróficos, como uma perda repentina de renda, um problema de saúde complexo (e caro), o estouro de uma bolha, uma situação de crise de econômica, uma decisão judicial desfavorável, ou outros eventos negativos sobre o qual não temos controle. Em outras palavras podemos dizer que as fontes do endividamento são conjunturais, ou seja, ligados a fatores que estão além de nosso domínio.
Causas internas: Quando o desequilíbrio não é causado por algum evento “externo” ou “extraordinário”, podemos concluir que suas causas são internas. Isso significa, sem meias palavras, que a pessoa endividada é responsável pela sua situação (ainda que não perceba desta forma), seja por adotar um estilo de vida economicamente insustentável (sempre gastando mais do que ganha), ou por puro descontrole financeiro.
Quando o desequilíbrio tem causas externas, faz todo sentido a pessoa adotar medidas financeiras, como renegociação de débitos ou troca de dívidas caras por outras mais baratas e com prazo maior para restabelecer o equilíbrio financeiro que já existia antes do evento catastrófico. Nestes casos podemos dizer que temos um problema realmente financeiro. Mas quando o desequilíbrio é interno, fruto de um estilo de vida insustentável, adotar medidas financeiras como renegociação de dívidas não resolve.
Isso acontece porque esse tipo de desequilíbrio não é um problema financeiro, é um problema comportamental. Não se podem consertar problemas comportamentais com ferramentas financeiras. “Por mais obvio que isso soe problemas comportamentais só são resolvidos quando há mudança de comportamento”. Apenas quando o comportamento muda e a pessoa adota um estilo de vida diferente e adequado às suas possibilidades é que passamos a ter um problema financeiro, que é resolver as dívidas que ficaram pendentes. Aí sim, e só neste momento, as ferramentas financeiras têm real utilidade.
Eventos catastróficos acontecem, mas a maioria das pessoas endividadas atualmente é vítima de um desequilíbrio financeiro interno, em geral associado ao consumo irresponsável. Podemos dizer que pelo menos 90% dos problemas financeiros não são verdadeiramente financeiros, mas sim comportamentais, emocionais, ou até mesmo morais. Muito se escreve e se fala sobre finanças pessoais, mas nada disso seria necessário se as pessoas passassem a “apenas viver conforme suas possibilidades”. E você amigo leitor qual a sua opinião sobre o tema? Não se esqueça de deixar sua contribuição nos comentários a seguir. Até a próxima!
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(*) Emanuel Gutierrez Steffen – Criador do portal www.manualinvest.com