Geração X: "geração do CDI"
Os brasileiros com idade na casa dos 40 anos (a tal da "geração X") é conhecido no mercado financeiro como a geração do over night, ou a geração do CDI. A "geração X" viveu a segunda metade dos anos 60, época em que o Brasil passava pelo Regime Militar, bem como a década de 70, quando passou a sofrer censura pela ditadura. Mais tarde, lá pelos anos 80, a nação presenciava as "Diretas Já"; a geração X, ou seja, aqueles nascidos entre 1965 e 1983 passaram por diversos acontecimentos políticos e sociais como, por exemplo, o impeachment do presidente Fernando Collor de Melo, a queda do muro de Berlim e o aparecimento da AIDS. Além do mais, trata-se de uma geração que passou a ter contato com a internet e as novas tecnologias, e a pagar suas contas com cruzeiro, cruzado e cruzado novo. São profissionais que adquiriram o hábito de trabalhar mais para ganhar dinheiro, para ter reservas em momentos de crise, além de se mostrarem apegados a títulos e cargos.
Como mostra a história, durante quase 20 anos (do final da década de 80 ao início dos anos 2000) nunca se ganhou tanto dinheiro aplicando simplesmente em títulos pós-fixados do governo federal, em CDBs de bancos de primeira linha ou qualquer produto que pagasse a variação da taxa Selic ou do CDI, produtos “quase” sem risco. Durante esse período taxas de “juros reais” de às vezes mais de 20% eram realidade. O que se vivia era primeiro um momento de descontrole inflacionário no final do governo Sarney, e depois nos governos do Collor/ Itamar Franco, até que o plano Real foi implementado quando o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso ainda era ministro da fazenda do Itamar. Estruturar um plano para acabar com a inflação que convivíamos desde o começo dos anos 80 exigia que o governo mantevesse as taxas de juros real (os juros que são pagos além da inflação) em patamares bem elevados e por bastante tempo. Isso acabou por criar um "vício” de investimentos nesta geração: era só aplicar nos juros e ir dormir. Ganhava-se dinheiro muito fácil.
Com a maturação da estabilidade econômica o governo pôde finalmente começar a abaixar os juros, aliás nenhum outro governo do mundo conseguiria sobreviver por muito tempo pagando as taxas de juros que pagávamos aqui. E com a queda dos juros veio o grande problema para esta geração de investidores. "E agora? Como vou investir meu dinheiro para preparar a aposentadoria, ou a reserva para pagar a faculdade do meu filho." Quando o mercado ajuda, como era o caso da era do CDI, ou do período de 2003 até 2008 em que a Bolsa subiu de 10 mil a 70 mil pontos, realmente era muito fácil para essas empresas. Como tudo na vida o mercado financeiro é feito de ciclos, e a partir de 2008 a bonança de juros altos e de Bolsa em ascensão acabou. Aí é que aparece o valor de uma assessoria de investimentos responsável. Em ciclos de altas qualquer corretora é boa. Em ciclos de baixa ou mesmo com mercados estáveis o investidor tem que fazer a lição de casa. E é exatamente nesse ambiente é que a "geração do CDI" sofre. Ela não está tão acostumada a pesquisar, ir atrás de informações sobre produtos, taxas de administração e tudo aquilo que pode influenciar na rentabilidade de seus investimentos.
Para finalizar, lembre-se: 1% ao ano capitalizado durante 30 anos dá uma diferença de 34% lá na frente. Ou se você aplicar seu dinheiro 1% melhor do que simplesmente ir nos produtos tradicionais que seu gerente de agência tenta te vender toda vez que sobra um pouco na sua conta corrente, fará um a enorme diferença no seu poder de compra quando você estiver prestes a se aposentar. E então amigo leitor o que achou? Deixe seu comentário logo abaixo. Até a próxima!
Fonte de Informações: http://blog.rico.com.vc/
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(*) Emanuel Gutierrez Steffen– Criador do portal www.manualinvest.com