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Finanças & Investimentos

Sucesso profissional depende de diploma de elite?

Por Emanuel Gutierrez Steffen (*) | 16/02/2015 08:27

Será que é possível analisar o êxito de profissionais diplomados em larga escala e tirar lições sobre o que foi preponderante para prepará-los, enquanto estudantes, para a sucesso profissional na carreira?O Instituto Gallup e a PurdueUniversity conduziram uma pesquisa com 30 mil universitários formados para investigar os fatores de sucesso em suas carreiras e chegaram a algumas conclusões bem interessantes sobre o perfil do aluno e da escola.O índice Gallup-Purdue constatou, por exemplo, que as escolas de elite não ofereceram melhores resultados em termos de sucesso profissional que instituições públicas e privadas menos seletivas. Vale ressaltar que a pesquisa foi feita nos EUA, mas ainda assim merece interpretação.O principal aspecto observado na pesquisa foi o engajamento do profissional, sua consequente produtividade e felicidade no trabalho. O relatório final define engajamento como a situação em que os trabalhadores gostam do que fazem e se sentem intelectual e emocionalmente ligados aos seus trabalhos.No levantamento, os pesquisadores perceberam que aqueles profissionais que concordaram totalmente com seis afirmações sobre a vida de estudante (veremos abaixo) mostraram uma propensão duas vezes maior de engajamento no trabalho.

Afirmação 1: “Tive pelo menos um professor que me deixou entusiasmado em aprender”. Alguns alunos relataram excelentes aulas como um incentivo para envolver-se com a disciplina. O que poderia ser considerado chato, ter que ir para aula e estudar, passou a ser uma oportunidade de aprender e crescer. Professores bons ensinam muito mais que a matéria em questão, ensinam a viver.O que muda agindo assim? Cresce o entusiasmo com a profissão. Profissionais que vivem uma experiência positiva de aprendizado, especialmente em matérias consideradas difíceis, mostram-se mais propensos a seguir aprendendo com facilidade e interesse durante a vida profissional.

Afirmação 2: “Meus professores se preocupavam comigo enquanto pessoa”. O relacionamento aluno-professor costuma ser conturbado e marcado por alguma frieza. Situações opostas, em que há um interesse genuíno pelo ser humano e suas necessidades/responsabilidades enquanto pessoa, formaram profissionais capazes de ouvir mais os outros e manter relacionamentos melhores (networking).O que muda agindo assim? O relacionamento melhor com os professores desenvolve paciência, tolerância e habilidades interpessoais, características fundamentais para galgar posições de destaque na profissão e no trato com os colegas de trabalho e no ambiente corporativo.

Afirmação 3: “Tive um mentor que me encorajou a buscar meus sonhos”. A força de um grande exemplo é frequentemente subestimada, mas fez diferença para a sequência de vida dos entrevistados. Aprender com uma pessoa mais experiente, tirar suas dúvidas e observar seu estilo de vida reforçaram nesses alunos os aspectos positivos que eles tanto admiravam em seus mentores.O que muda agindo assim? As consequências de manter contato com mentores são um incentivo frequente para exercer a capacidade de planejar e liderar. Entender como o modelo de sucesso chegou lá e praticar essas atitudes permite que alunos se destaquem como líderes mais cedo que muitos de seus colegas.

Afirmação 4: “Trabalhei em um projeto que demorou um semestre ou mais para ser concluído”. O projeto demorado representou para os alunos a oportunidade de lidar com um problema mais complicado, que precisasse de dedicação, muita disposição e criatividade. O grau de comprometimento dos alunos precisou ser testado e, com ele, seu senso de urgência e profissionalismo.O que muda agindo assim? Encaramos a necessidade de lidar com a frustração (algumas coisas demoram mais do que imaginamos) e a importância do esforço pessoal e perseverança para a conclusão de tarefas, algo vivido por qualquer um na vida profissional.

Afirmação 5: “Consegui um estágio ou emprego que me permitiram aplicar o que eu estava aprendendo em sala de aula”O relato dos participantes da pesquisa foi enfático no sentido de dar ênfase ao lado prático da profissão. Colocar a mão na massa e trabalhar enquanto estudavam permitiu que a ponte entre teoria e prática fosse atravessada de maneira mais fácil e, principalmente, com sentido.O que muda agindo assim? Aa forma de olhar para os problemas no trabalho. Interessa saber o que fazer para resolvê-los, mas é trabalhando que eles serão resolvidos. Além disso, o gerenciamento do tempo e das demandas (estudo e trabalho) cria um senso de organização e simplicidade no dia a dia corporativo dos profissionais.

Afirmação 6: “Fui ativo em atividades extracurriculares e organizações enquanto fazia faculdade”. Desde o começo dos estudos, eram claras as expectativas da escola, pais e professores em relação aos alunos. Alguns deles, no entanto, decidiram que fariam mais do que mínimo exigido para se formarem e buscaram fazer outras disciplinas, agiram como representantes de classe e voluntários em diversas atividades e organizações.O que muda agindo assim? O hábito do voluntariado e o interesse por atividades incomuns para a maioria (atividades físicas, leitura, participação em ONGs etc.) criam mais qualidade de vida e dão sentido para todo o esforço empreendido no trabalho. O resultado é mais sucesso.

Conclusão
Segundo a pesquisa Gallup-Purdue, que você pode ver na íntegra clicando aqui, não interessa de onde você vem ou se você tem um diploma de uma universidade de elite, mas como você age e qual o seu nível de interesse enquanto aluno e, depois, como profissional.De novo lembro que a pesquisa foi feita nos EUA, mas acho que faz sentido pensar nisso também para nossa realidade. Se você já se formou, que tal olhar para as afirmações e pensar nelas no seu contexto pessoal. Você agia assim? Acha válidas a pesquisa e as conclusões? Ou trata-se de uma bobagem?Se você ainda está na universidade, que tal experimentar essas atitudes e ver quais serão os resultados? Você acha que faz sentido? Enfim, achei legal compartilhar estas reflexões. Até a próxima.

Fonte:dinheirama.com.br
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(*) Emanuel Gutierrez Steffen, criador do portal www.mayel.com.br

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