Amplavisão
VISIONÁRIO é o PSD de Saulo Queiroz (Secretário Geral) e de Antonio João (MS). Saulo disse “um partido se faz com gente que ganha eleições”. “não quero estreantes, nem derrotados nos comandos regionais”.
SAULO QUEIROZ A política é seu ‘plano B’ após aposentadoria no Banco do Brasil. Deputado federal em 1986 e 1994, perdeu o senado em 1998 para Juvêncio e Carmelino, obtendo só 102.560 votos, pelo PSDB.
A VISÃO de Saulo não se identifica com o político que sai a campo em busca de votos por esse Brasil afora. O que seria dos partidos sem os estreantes e derrotados? Ora! Seus votos são computados no ‘critério legenda’.
LEMBRO: Muitos políticos de destaque começaram com derrotas. Aliás, elas ensinam mais que as vitórias. Política não se aprende na faculdade e sim no dia a dia de cada comunidade, como fazem nossos vereadores.
CONTRADIÇÃO Antonio João, que ensaia debutar nas urnas, não se enquadraria no perfil anunciado por Saulo para comandar o PSD. Ele também jamais saiu as ruas para pedir votos como cabo eleitoral ou para si.
PARTIDO não é confraria. Não pode se elitizar. Precisa agregar gente que represente diferentes segmentos sociais. Sem essas características não prospera, vira coadjuvante, vive de migalhas e tem vida curta.
MEMÓRIA-1 Os eleitos em 1994 para a Câmara Federal: André (65.091); Marisa (40.641); Sperafico (38.462); Marilu (38.164); Trad (35.014); Saulo (30.632); Goldoni (29.595) e Flávio Derzi (24.455 votos).
MEMÓRIA-2 Deputados federais eleitos em 1990: Derzi (61.203); Marilu (52.463); V. Guerra (38.673); E. Curvo (28.877); J. Elias (25.315); Takimoto (24.432); Trad (24.053) e V. Pereira (22.340 votos).
MEMÓRIA-3 Eleitos para a Câmara em 1986: Gandi (86.705); Levy (49.556); Saulo ( 37.404); V; Pereira ( 31.226); J. Elias (31.073); Figueiró ( 28.862), Ivo Cerzózimo ( 28.814) e Plinio B. Martins (24.890 votos).
MEMÓRIA-4 Deputados federais eleitos em 1982: Levy ( 65.122); Plínio ( 58.741); Saulo (38.138); Figueiró ( 31.242); Ubaldo Barém ( 28.868); Harry (25.044) e Albino Coimbra ( 24.849 votos).
‘O MUNDO GIRA...’ Da extensa lista de políticos citados acima, sobraram com mandato apenas André e Takimoto. Isso mostra a renovação natural dos quadros por motivos diversos. Ninguém é eterno, não é?
O MANDATO na Câmara é difícil. O êxito independe da capacidade de liderança e articulação. A tese de que a ‘a Câmara é o cemitério político’ faz sentido. Analisando os nomes acima você acabará concordando. Certo?
CONVERSEI com muitos deputados ao longo destes 40 anos. Conquistar espaço é ‘dose’; a visibilidade é restrita aos figurões partidários – beneficiados inclusive pelo regimento da Casa. Só dá eles na mídia!
POUCOS vão para a Câmara por vontade própria. Normalmente são empurrados para acomodar situações nas suas bases regionais. Ulysses Guimarães foi exceção porque tinha vocação exclusivamente parlamentar.
NORMALMENTE o deputado federal sonha em disputar uma prefeitura, o Senado ou o Governo de seu Estado. Mas isso nem sempre é possível devido aos fatores já mencionados. Ele se reelege ou volta pra casa.
A BRONCA é que o deputado acabou virando mero despachante, freqüentador de ministérios e outras repartições em busca de recursos. A imagem charmosa de crítico na tribuna é coisa do passado. Infelizmente é assim.
O SUCESSO do parlamentar está atrelado as emendas parlamentares. Não precisa dar um pio na tribuna. E onde fica o debate institucional, marca do parlamento em todo o mundo? Ele é o orgasmo da atividade política.
A PROPÓSITO Nilton Cesar (aquele!) tentou a Câmara Federal por duas vezes. Em 1982 obteve 13.139 votos e em 86 chegou aos 15.425 votos. Imaginem esse rapaz com o escudo da imunidade! Seria o ‘rei da cocada’.
PASSARAM pela Câmara nomes que dão arrepios. Hildebrando ‘Moto Serra’, Sergio Naya, Jabis Rabelo e Onaireves Moura são alguns da extensa lista. Mostra que o Pelé tinha razão ao dizer que ‘o brasileiro não sabe votar’.
RECESSO parlamentar. Na falta de notícias das atividades parlamentares, fala mais alto a imaginação. Conchavos, acertos, rompimentos, fofocas e namoros compõem o quadro morno que vai até o final do mês.
A FATURA O Ministério dos Transportes faz a festa dos governantes porque ainda vigora a tese de Washington Luiz “Governar é construir estradas’. Moral da história: todos ganham porque obra é coisa visível ao eleitor.
NELSINHO O asfalto em bairros novos faz a alegria dos moradores e engorda seu cacife eleitoral. Aliás, recomendo aos leitores da capital um giro sem pressa pela periferia para conferir as mudanças – para melhor - na paisagem.