Festa eleitoral
ELEIÇÕES & DÚVIDAS Será que o financiamento de campanha com o exclusivo dinheiro público garantiria a lisura/igualdade nas eleições? Quem poderá garantir que a ‘cultura do caixa 2’ não continuará sendo adotada pelos partidos políticos?
NA PRATICA é impossível criar mecanismos transparentes confiáveis e a tendência é que os pleitos custem ainda mais. Aliás, os parlamentares despertam nossa desconfiança quando o assunto é dinheiro por infinitas e notórias razões pecaminosas.
VEJAMOS: Desde 1995, todos os partidos recebem verbas para sustentar os diretórios, viabilizando assim a máquina partidária. O critério de rateio beneficia em 95% quem tem mais deputados federais e 5% para todas as legendas nanicas.
NA PRÁTICA o dinheiro é empregado para pagar as despesas de campanhas, desvirtuando assim seu objetivo. É muita grana em jogo: o valor do Fundo Partidário pulará dos atuais R$194 milhões para R$ 294 milhões. Uma festa!
ESCULHAMBAÇÃO Eles só servem para negociar o horário eleitoral em troca de empregos/vantagens. Mesmo sem ter uma única representação no Congresso, os partidos nanicos têm direito a 5% desta grande bolada do Fundo Partidário.
ARREMATE Os gastos com o financiamento seriam de R$7,00 por voto. Com 140 milhões de eleitores, é fácil concluir o rombo (ou roubo?). Pelo visto manterão o Fundo junto com o financiamento público. Quem reclamará? E pra quem?
ESTRATOSFÉRICOS Vários deputados calculando os gastos para uma campanha modesta em 2014. Por baixo não sairá por menos de 2 milhões de reais e dependendo do partido/coligação e circunstâncias, ainda sem garantia de vitória.
INCERTEZAS Os deputados lembram que o fato de contar com prefeitos apoiadores não significa eleição garantida. As cidades vivem situação difícil e essa transferência de votos para o candidato dependerá da avaliação do prefeito na época. Já viu né!
INTERNET Sucesso o vídeo do deputado-pastor Marco Feliciano ( PSC-SP) que aceita doação de moto num culto e adverte um fiel: “Samuel Souza doou o cartão, não doou a senha. Aí não vale. Depois vai pedir milagre e Deus não vai dar...”
A PROPÓSITO Na Câmara da capital a ‘religiosidade’ é visível com líderes de igrejas ocupando cargos de assessoria nos gabinetes. Mas não seria mais útil gente que entendesse de leis e da burocracia? São os famosos resgates da campanha.
PERGUNTA-SE Quando é que Bernal esgotará seu estoque de bobagens? Até aqui repete sua postura na Câmara e AL onde não deixou saudades. Sem um grupo político e equipe técnica experiente desconfia de todos e caminha para o isolamento.
A RELAÇÃO com a Câmara é desastrosa, deixando seus poucos aliados de saia justa. O vereador Zeca – visto antes como aliado incondicional – já advertiu que Bernal precisa ‘desencarnar’ urgentemente esse espírito revanchista.
CONSELHOS Conta o ex-governador que antes da posse Bernal fez-lhe uma visita demorada, quando relatou sua experiência nas primeiras relações com a AL. Zeca imaginava que Bernal tivesse absorvido as lições, mas pelo jeito...
VAZIOS Vários setores da administração atingidos pela falta de gente qualificada no comando e ausência de metas a seguir. A insatisfação já saiu da classe política e chegou ao funcionalismo/ fornecedores/usuários da administração. Ele não agrega!
APOSTAS Eduardo Campos ganhará visibilidade fora do Nordeste, embola a sucessão provocando o 2º turno? Dilma poderia trocar Temer pelo herdeiro de Arraes? Aécio consegue furar o bloqueio dos tucanos paulistas e empolgar o país?
PMDB-TV. A fala das suas lideranças na propaganda com o gosto de pão embolorado. Renan, Henrique Alves (11 mandatos), Moreira Franco (acredite!), Elizeu Padilha (ainda!), Garibaldi Alves e Sergio Cabral usando os velhos bordões.
PÉROLAS! Não bastando o noticiário da morte de Chaves e a sucessão no Vaticano, o telespectador foi ‘premiado’ com a fala de Renan. Logo ele reafirmando ‘a vontade acertar’ e elogiando o ‘barulho da imprensa livre’. Poupe-me please!
PERCEBE-SE Apesar do botox e outros artifícios, as lideranças do PMDB, à exemplo do PT envelheceram. O lema de ambos ‘mais importante que chegar é permanecer’ - inibe a renovação dos quadros e enseja um clima de ceticismo e desconfiança.
‘NOVIDADES’ Dilma não toca mais nas prometidas reformas. Só quer ganhar a reeleição e ignora velhos problemas. A aquisição do PSD custou um ministério com 66 cargos bem remunerados. Aí, “as coisas mudam para ficar como estão”.
O QUADRO Sem oposição parlamentar contundente, pouca gente manifesta sua indignação. Aliás, as redes sociais tem se tornado o reduto (cômodo) das críticas, como ocorreu no caso da eleição de Renan. Um país literalmente de ‘bananas’.
SINAL AMARELO A inflação anual bateu os 6,5%, os preços dos alimentos cada vez mais caros, o PIB anão e a inadimplência vigorosa. O Governo insiste naquela conversa mole de que tudo está sob controle mas já admite elevar os juros. Portanto...
PONTO FINAL Será que o PMDB e PT da terra vão se reinventar para 2014? Seria o caso de perguntar: ‘namoro ou amizade?” Neste caso Nelsinho voaria para o PSD ou se juntaria com Azambuja? André se aposenta? Sinceramente não acredito. "Querem nos fazer crer que os políticos são imortais?” (jornalista Sandro Vaia)