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Manoel Afonso

Futurologia

Manoel Afonso | 26/10/2012 15:36

FUTUROLOGIA  O que mudará no contexto das forças políticas após o 2º turno da capital? Se vencer o favorito Bernal o quadro irá merecer uma releitura com vistas a sucessão estadual, independentemente da eleição presidencial.

QUESTÕES  No final de 2013 o PT escolhe seu presidente regional. A trégua entre Zeca e Delcídio será mantida até lá? Como acomodar a situação pensando em 2014? Mas hoje Delcídio ficou maior que o PT e o próprio ex-governador.

E MAIS... Capitaneado por Murilo o PSB terá que peso? Atrairá mais gente? Nelsinho   por exemplo, teria condições legais de mudar de legenda porque estará sem mandato. Ora! Enquanto a população dorme, os políticos conversam.

AZAMBUJA Gente de Maracajú diz que apenas seria tímido, embora passe a imagem de político sem gestos de afetuosidade nas relações políticas.  Dará finalmente  um discurso próprio ao PSDB, sem a velha dependência ao PMDB?

A PLACA  “Vamos com calma” – como dizem os mineiros. O alinhamento Azambuja-PT é ocasional, não é casamento consolidado. Os entraves são notórios. Na política é preciso fazer a leitura sem precipitação para não morrer na véspera.

ANDRÉ  Como se diz: ele também pensa! Sabe atalhar com a mesma capacidade de  descobrir os desvios. Não há garantias de que o rompimento com o PSDB ocorra em função do pleito da capital. Já tem gente atuando neste circuito.

ESTRAGOS  O desempenho pífio de Serra  antecipa um futuro ruim para o PSDB em 2014. Lula quer massacrar os tucanos no próprio ninho. Aécio tomará o comando do partido e se aliará ao PSB? Mas como ficarão os tucanos paulistas?

CARÊNCIA  Ministro Joaquim Barbosa é visto  como herói – igual aos personagens do cinema e gibis infantis. Fruto da imagem negativa dos homens  públicos junto a opinião pública. Ele é de carne/osso, mas é autêntico e honesto.

DIFERENTE  Aos olhos do brasileiro, os ministros vivem em outra dimensão.  Neste caso, pela vez primeira, a sociedade acompanhou e entendeu as decisões pedagógicas do ministro.  O melhor: passou a ser referência de conduta à nova geração.

DESCONTENTES  Os únicos são do PT e Cia. Esse cidadão negro e humilde foi escolhido por Lula para prestigiar essa parcela sofrida da população brasileira. Mas ele  se manteve independente, não confundiu gratidão com subserviência.

INDIGNAÇÃO  Por que sós ladrões de galinha/remédios são condenados? Por que não imitamos os americanos mandando políticos e corruptos pra cadeia? Com a decisão do STF finalmente a sociedade deixará de insistir nesta velha cobrança.

AVISO  O julgamento deixa de saia justa quem chegar ao poder em 2012. As sentenças serão referências para todos os julgadores. A sociedade se sentirá no direito de cobrar o mesmo critério de avaliação por parte da justiça. Azar dos corruptos.

INSÔNIA  Nas conversas com gente implicada na ‘Farra da Publicidade’ do Governo Zeca notei aflição com a postura do STF sobre corrupção. Sem admitir ‘variantes’, essa decisão do Mensalão terá peso jurisprudencial para condenação.

‘CULPA DA GENI’  Lá atrás, o PT defendia a imprensa livre e dela se servia para denunciar e chegar ao poder. Agora, acuados pelo STF, seus dirigentes culpam essa mesma imprensa. Esse pessoal acha que tudo pode. Devagar com o andor.

BALANÇO   Superou as expectativas: 58 vereadores (3 na capital), 1 prefeito e dois vices. Assim pode ser definido o desempenho do PSD no MS. Com juízo e habilidade acompanhados de coerência, pode crescer até 2014. Eu disse: pode.

‘A DEDO’  Poucos petistas participando da propaganda de Bernal.  A explicação é bem simples: as imagens de Zeca, Vander e outros podem remeter a ideia de que, em caso de vitória, a administração levaria a marca e o estilo do PT. Tem lógica.

A FATIA  Sem ingenuidade: além dos dividendos eleitorais em 2014, o PT sonha em abrigar sua gente na prefeitura. Aliás, muitos deles servindo em prefeituras petistas do interior, já sonhariam em ser repatriados para a capital.

‘DESEJOS’  Cargos com boa visibilidade, ‘status’, direito a diárias e  tantas outras vantagens povoam o imaginário de muitos pretendentes. Não se contentarão com missões inexpressivas como administração de cemitérios e praças.

AS CONTAS   Observadores insistem em lembrar das inexpressivas votações de Vander/Zeca e por consequência do próprio PT.  Se o discurso de Bernal prega renovação, a oligarquia de Zeca, fica na contramão, fora do contexto.

A PROPÓSITO  A partidarização da maquina administração não acabará nas cidades. O Planalto dá ‘exemplo’ com 23,5 mil cargos de confiança (na Inglaterra são 300). Esse critério acaba não valorizando a competência e a impessoalidade.

CLAMOR Essas eleições municipais mostraram que ela está superada. Mas legislação eleitoral mudará? A propaganda gratuita no rádio e TV permanecerá intocável? É justa? Há mesmo interesse do Governo e Cia pela tal reforma?

PONTO FINAL  “Todo ser pensante votará em você” – disse a entusiasmada eleitora a Adlai Stenvenson (democrata), na eleição contra Eisenhower. Ele ponderou: “Isso não é suficiente. Preciso da maioria.” Moral da história: venceu o republicano.

A  razão é escrava da emoção, e não ao contrário.  (David Hume)

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