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Manoel Afonso

Horário eleitoral perdeu para as redes sociais

Por Manoel Afonso | 30/08/2024 08:30

‘PEGA PRA CAPAR’: Com o início do horário eleitoral e os partidos tendo suas  chapas definidas, presume-se que seus candidatos tenham na ponta da língua suas propostas. Dizem que as eleições não se repetem, mas é possível, mesmo com nomes diferentes, que o cenário guarde semelhanças com pleitos anteriores. Vejamos:

FADIGA-1: Naquelas eleições de 2012 o MDB de Puccinelli detinha a maioria das representações, dava as cartas, mandava de cabo a rabo no Mato Grosso do Sul. Seu candidato Giroto teve 15 partidos aliados e com 245 candidatos conhecidos e de relativo prestígio do total de 501 postulantes que concorreram à Câmara. Certo?

FADIGA-2:  Apesar da pressão o então deputado Reinaldo Azambuja (PSDB) chefiou a ‘rebelião’ e foi candidato a prefeito (vice Rose) em coligação com PPS, PHS, PMN e PIN tendo 137 candidatos à Câmara. Vander Loubet (PT) saiu candidato com 43 postulantes à vereança e Marcelo Bluma (PV) viabilizou sua candidatura coligado com o PT tendo 33 candidatos.

FADIGA-3:  Apesar das propostas tentadoras Alcides Bernal resistiu e confiando nas pesquisas favoráveis saiu candidato tendo como vice o pastor vereador Gilmar Olarte do PROS. Foram 28 os seus candidatos a vereança. PSOL, PSTU também concorreram, respectivamente com professor Sidney e Suel Ferranti, defendendo suas bandeiras.

COMPARAÇÕES: Cabe sim ao jornalista o exercício das possibilidades, por mais descabidas que possam parecer. O processo da fadiga pode estar ocorrendo no imaginário eleitoral campo-grandense. O PSDB estaria desgastado pelo continuísmo, o mesmo fenômeno que Reinaldo combateu no MDB em 2012. Só as siglas mudaram de posição.

CAUTELA: Os números das pesquisas podem ser um espetáculo de mera ilusão. Pode sim haver reversão com o horário eleitoral. Tudo é possível. Mas hoje, o candidato Beto Pereira (PSDB) lançado e defendido pelo ex-governador Reinaldo tem a missão de melhorar urgentemente nas pesquisas, sob pena de desanimar sua militância

TELINHA: Ao contrário de 2012, segundo os especialistas em mídia, as redes sociais tem hoje mais influência do que o próprio horário eleitoral na televisão. Para eles, a tendência é que o eleitor assista apenas aos programas eleitorais nos primeiros dias por conta da mesmice das falas.  Pesquisas já comprovam essa tendência.

QUESTÕES-1: Fatos ao longo da campanha podem mudar o quadro. Aquela facada ajudou eleitoralmente o candidato Bolsonaro. Escândalos, discursos impróprios e desempenho decepcionante em debates também tem influência na opinião pública. Sempre lembro que em política vale mais a versão do fato, do que o próprio fato.

QUESTÕES-2:  O pleito na capital poderia se transformar numa espécie de prévia das eleições de 2026? Fala-se desta possibilidade após o anúncio das visitas de Bolsonaro, da primeira dama Janja e do deputado Ciro Nogueira (PP). Ainda é cedo para avaliar o peso destas presenças na campanha para reforçar seus respectivos representantes.

OPINIÕES:  A exemplo do futebol, nas eleições há os ‘especialistas’ que ressaltam o poder de fogo político das maquinas públicas. Claro que é possível e vai depender de um conjunto de fatos e ações. Em 2012 também havia essa expectativa - cujo resultado nos remete a tese de que na política nem sempre 2 mais 2 resulta em 4.

BETO x ROSE: Na identificação com o eleitor ele está em desvantagem. Os seus mandatos parlamentares exigiram a presença física no estado, se distanciando do dia a dia da capital. Já Rose, ativa em várias campanhas locais, tem eleitorado cativo e popularidade consolidada.  Prioriza temas locais e foge do embate esquerda-direita. Navega bem desviando dos ‘rochedos’.

PREFEITA:  Superou as expectativas no projeto arrojado de formar seu grupo político. Num ambiente disputado - Adriane reforçou a base política com a senadora Tereza Cristina e vereadores. Vem mostrando o resultado de sua gestão em vários setores e aposta no reconhecimento do eleitor. Vontade e garra não lhe faltam.

BOLSONARISTAS:  Estariam camuflados para se definirem aqui na capital? Eles representariam na verdade qual porção da direita? A propósito, o ex-deputado Rafael Tavares é candidato à vereador pelo PL e segundo informações, em seu comitê haveria duas fotos, do ex-presidente americano Donald Trump e do presidente argentino Javier Milei.

NOVA ESTRELA?  Ancorada nos 37.737 votos obtidos na capital para a Câmara, a deputada Camila Jara ganhou a parceria do deputado Zeca do PT. Seu desempenho nas pesquisas mostra que ela está no caminho certo, atraindo o eleitor jovem ao grupo do eleitor tradicional do partido. Ela tem o apoio pessoal da primeira dama Janja.

FATOR ANDRÉ Nos bastidores questiona-se os reais motivos que teriam levado o ex-governador André a desistir de concorrer. Há uma gama de suposições, inclusive de eventuais acordos pós eleições. Dependendo do resultado das urnas e do desempenho dos candidatos à vereança pelo MDB, André ficaria desmotivado para o pleito de 2026.

QUAL DIREITA? Até aqui pelo menos o candidato Beto Figueiró (Novo) não correspondeu ao personagem que se auto intitula verdadeiro representante da direita. De discurso mediano, sem intimidade com algumas questões políticas, não tem convencido ao segmento que poderia em tese convencer.  Sem encantar - pode derreter. 

‘BOMBAS’: Ao longo das campanhas sempre correm rumores de que uma verdadeira surpresa estaria sendo sigilosamente preparada para atingira concorrência na capital e em Dourados.  Já ouvi inclusive alguns buchichos neste sentido. Vale a pena lembrar que essas armadilhas podem ter efeito contrário prejudicando os próprios idealizadores.

PESQUISAS: Daqui em diante teremos uma infinidade delas encomendadas pelos interessados. A propósito “acho o máximo” aquelas efetuadas por telefone. Dependendo do desempenho dos candidatos, a tendência é que neste mês de setembro tenhamos uma pesquisa por semana, a fim de que os candidatos possam ter uma noção real do quadro.

MARCELO BLUMA:  Candidato a vereança, diz que o combate aos incêndios no Pantanal está em boas mãos. Como integrante do Partido Verde atua em outra área (urbana), defendendo a Lei de Zoneamento na capital, para que os bairros residenciais não sejam invadidos pelas construtoras, sofrendo impactos ambientais irreversíveis. Neste ponto concordo com ele. As construtoras, não estão nem aí! 


DROPS ELEITORAIS:

Quando é que iremos votar pelo celular?

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O Brasil vai às urnas em outubro com 35 partidos. Isso não é democracia, mas uma colcha de retalhos.

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Pergunta da semana: para quantos candidatos o eleitor promete seu voto?

Receita para ‘chegar lá: pisar em ovos, engolir sapos e cantar de galo.

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