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Manoel Afonso

O Papa e os políticos

Francisco Júnior | 27/07/2013 12:50

ANDRÉ - Até admite frequentar curso intensivo de psicologia comportamental para “tentar entender a cabeça do Bernal” - recheada de recalques por sofrimentos lá atrás. Agora com a caneta na mão, acha que pode tudo. “Eu tenho a força!”

EM TEMPO - Teria sido muito bom que o prefeito Bernal tivesse ouvido e refletido profundamente sobre algumas mensagens do Papa Francisco endereçadas diretamente aos nossos homens públicos. Arrogância não constrói absolutamente nada!.

PEITANDO - 5 de agosto! É o prazo do governo para ter a solução definitiva das demarcatórias indígenas. Azambuja, da Frente Parlamentar da Agropecuária avisa: “O Governo só comprará terras se o fazendeiro se dispuser a vende-las”. E aí?.

TEMORES - A leitura crítica que se faz após o ministro Cardoso dizer que “...o governo empurra o caso com a barriga” – é que não se preparou para resolve-lo, pois não consta de sua lista de prioridades. Até aqui só jogou para a plateia internacional.

PRETENCIOSA - Dilma não faz a lição de casa e propõe ao Papa união contra a pobreza mundial. Precisamos sim melhorar nosso PIB estimado só em 2,5% para 2013 contra 12,5% do Paraguai; 7,5% do Panamá, 5,9% do Peru, 4,6% do Chile.

A PROPÓSITO - O Papa Francisco saiu sutilmente pela tangente ao responder sobre a ‘proposta’ da presidente, deixando claro que não se deixaria envolver por projetos partidários. O objetivo papal vai muito além de programas eleitoreiros.

GENEROSO - “Aprendi que para ter acesso ao povo brasileiro, é preciso ingressar pelo portal do seu imenso coração, por isso permitam-me que nesta hora eu, possa bater delicadamente a esta porta...Não tenho ouro nem prata...” Frases marcantes.

IMPRÓPRIA - Ali não era hora de prestar contas ou de fazer o inventário dos 10 anos do governo de seu partido. Indelicadeza pura, falta de humildade da presidente Dilma. Sua assessoria pecou feio no discurso protocolar de boas vindas do Papa.

‘JANELA’ - Foi visível; o Papa usou muito essa expressão, insistindo na necessidade dos jovens serem lembrados, prestigiados e se engajarem no processo político. Feliz coincidência com as manifestações das ruas pedindo o fim da corrupção.

PERGUNTA-SE - qual terá sido a reação do brasileiro mediano ao deparar com as imagens ‘do beija mãos papal’ protagonizadas por Renan, Sergio Cabral e outros homens públicos tão criticados ultimamente na mídia e nas nossas ruas?.

LIÇÕES - Simplicidade e despojamento: um binômio ignorado pelas autoridades e governantes em todos os níveis. O Papa insistiu nesta tecla e deu exemplos após sua posse e durante sua permanência entre nós. Menos realeza, mais humildade.

MENSAGENS - Não sei se os políticos, por conveniência, entenderam o recado do Papa em suas manifestações. Mas grande parte de suas mensagens serão usadas contra a classe política e governantes nas próximas eleições. Quem viver,verá!.

OS JOVENS - Estão aí pedindo mudanças de posturas na vida pública. Essa presença do Papa Francisco será talvez um energético moral para assumir de vez posições transformadoras, independentemente de partidos ou sindicatos. Deus queira!.


O EXEMPLO - do Rio de Janeiro é bem presente, veio a calhar. O governador Sérgio Cabral, o anfitrião do Papa, sendo contestado e acusado nas ruas. Por mais que se discuta os excessos e vandalismo, ficou patente o descontentamento público.

A FORÇA - Mesmo com suas crises internas, a Igreja Católica está exercendo um papel fantástico na luta da conscientização política/moral da sociedade. A figura do Papa Francisco nos encantou, mas precisamos colocar em pratica suas ideias.

‘ARGENTINOS’ - Sempre deixei claro a minha inveja saudável pela coragem deles em ir às ruas, sem se acovardar. É a herança do DNA espanhol. O Papa Francisco honrou a tradição argentina, mas usando aqui a maciez das palavras como munição.

‘SOY CONTRA’ - Sem pregar a violência o papa argentino usou de técnica invejável em seus discursos sob o ângulo político-social. Sua indignação veio através de frases sutilmente construídas, que se corretamente interpretadas são transformadoras.

‘DAY AFTER’ - O povo brasileiro já aguarda com ansiedade qual a repercussão – na prática - das mensagens do Papa junto a classe política e governantes. Quais discursos ouviremos tanto nas Câmaras, Assembleias e do ‘glorioso’ Congresso?.

DUAS PONTAS - Numa ponta Dilma foi beneficiada com a visita papal, pois ganhou uma trégua nas manifestações de rua. Mas na outra foi massacrada ao perder 24 pontos em mês segundo os números da última pesquisa do Ibope. Sem almoço grátis.

LEMBRETE Desta vez – ao contrário do que ocorreu com Lula na explosão do caso Mensalão - a política econômica não vai bem. A balança comercial negativa, a inflação de volta, a produtividade industrial caindo e o brasileiro devendo muito.

E MUITO MAIS... Depois de ver suas propostas políticas rejeitadas no Congresso, de vetar o corte dos ministérios, o Governo enfrenta o ‘fogo amigo’ de petistas lulistas e não tem mais a unanimidade dos partidos aliados. Uma sinuca de bico.

A OPOSIÇÃO - Continuará dispersa – sem sintonia – ou finalmente se unirá num projeto desvinculado de questão partidária? Recentemente Serra falou sobre isso, mas não se ouve outras manifestações neste sentido. Ruim para o país, bom para o PT.

A globalização da indiferença tirou-nos a capacidade de chorar. (Papa Francisco)

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