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Manoel Afonso

Riedel acerta, até a oposição concorda

Manoel Afonso | 24/02/2023 08:25

PESQUISA: A politização cresceu após as últimas eleições. As pessoas assumiram posição. Em 2021, 55% dos brasileiros diziam que não eram nem de direita (ou de centro) e nem de esquerda. Mas em 2022 esse percentual caiu para 38% - mais brasileiros se definiram como de direta (31%) e de esquerda (17%). Portanto houve a consolidação do eleitorado da direita.

RÓTULOS: Nesta pesquisa recente do ‘DataSenado’ os temas debatidos nas eleições incentivaram a tomada de posição. Um dos mais influentes foi em relação as questões de moral e costumes. Percebe-se o crescimento do antipetismo. Muita gente, antes neutra politicamente, saiu da toca e hoje exibe orgulhosamente o rótulo de direita.

SOCORRO: Tem razão o deputado Pedrossian Neto (PSD) sobre a falta de recursos públicos às entidades assistenciais e filantrópicas. Um exemplo é a nossa Santa Casa (como todas no país). Como a tabela do SUS está há 20 anos sem atualização, fica difícil cobrir os custos. Lembro: a hora em que a pessoa está mais fragilizada é o da doença.

O TROCO: Com o centro e a direita fortalecidos, ganha apoio no Congresso a PEC que acaba com o mandato vitalício e aposentadoria aos 75 anos dos ministros do STF. A ideia é cortar o ativismo político da corte e recuperar as prerrogativas do legislativo. A matéria tem o aval do presidente/senador Rodrigo Pacheco (PSD) e roubará a cena política neste ano.

OPOSIÇÃO: Em todos os níveis os oposicionistas dependem da postura do Governo, dos situacionistas que detém o poder. Seria como a Terceira Lei de Newton onde toda ação corresponde a uma reação de igual intensidade no sentido oposto. Afinal, as opiniões divergentes aquecem os debates e deles, às vezes, afloram boas ideias e até soluções.

EXEMPLO: Quem não se lembra do discurso de posse de Wilson B. Martins no Governo em 1983? No lugar do convite à oposição para a reconciliação em prol do Estado ainda de fraldas, acabou ‘cutucando a onça com vara curta’ fazendo críticas desnecessárias ao antecessor Pedro Pedrossian. Essa fala foi o combustível para fomentar a oposição.

DIFERENTE: Atento, Eduardo Riedel (PSDB) seguiu a cartilha de conduta de seu antecessor desde a posse. Um discurso técnico abrangente, sem ironias e indiretas, mostrando a importância de se aproveitar o bom momento econômico do Estado e falando em união da classe política sem discriminação partidária. Foi a antítese de Wilson B. Martins.

GRANDEZA: Riedel soube neutralizar setores da oposição e atraiu inclusive o PT ao Governo com cargos compatíveis a vocação da sigla. O gesto agradou inclusive ao Palácio do Planalto, aprovando a convivência do PT com o Governo (PSDB) oposicionista em nível nacional. Como se diz: uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa.

SINAIS: Nas sessões do Legislativo é visível a postura dos integrantes dos deputados petistas nas tratativas de diferentes temas. Nota-se o comprometimento do PT em deixar sua marca em setores da administração do PSDB, da qual participa com cargos. Não foi por acaso que o PT foi contemplado com cargo na mesa diretora da Assembleia.

MATURIDADE: É visível nos debates da Assembleia Legislativa e ações do Governo. A fala pacífica e técnica de Riedel agrada a sociedade e adversários. Não por acaso que ao aceitar o cargo de líder do Governo na Assembleia o deputado Londres deixou claro em seu pronunciamento muito aplaudido: “ Não quero ser líder do confronto”.

INDEFINIÇÃO: Deputado Lídio Lopes resiste a ideia de seu ‘Patriota’ se fundir ao PTB de Delcídio do Amaral. Seu partido elegeu 4 deputados federais e o PTB só um. Mas juntos ultrapassariam o mínimo de 2% dos votos válidos no Brasil - atendendo a clausula de barreira. Sobre o seu futuro político e da sua mulher Adriane, Lídio disse-me que essa pauta não é prioridade.

OBA OBA: Especulou-se na eventual ida de Lídio e Adriane para o PP da senadora Tereza Cristina. Até o Clã Trad foi muito citado como protagonista nesta parceria para 2024. Mas analisando friamente esse cenário, acho que tudo isso não passa de efeitos carnavalescos. É o pessoal dando asas à imaginação como no comercial do ‘Red Ball.’

ATTENTION PLEASE: Como 2+2 é 4, as eleições na capital continuam decisivas para os projetos de todas lideranças e partidos. Daí - não é obra do acaso os flertes e namoros que gradativamente ganham espaço na mídia. Os eleitores também sabem que os políticos conversam entre si para costurar apoios, alianças e coligações. Faz parte do jogo.

OLHARES: Todas as lideranças são bem-vindas quando se trata de viabilizar um nome para prefeito. Não se pode discriminar ou vetar esse ou aquele nome devido a sua posição no último pleito. Há políticos em crescimento e outros com cacife já garantido que podem decidir uma eleição. Ciscar para dentro ou ciscar para fora – eis a questão crucial.

CARLÃO: Pela sua postura nas mais diferentes situações o nome do presidente da Câmara Municipal de Campo Grande continua sendo o preferido como candidato a vice prefeito na maioria das candidaturas possíveis. De origem periférica, Carlão mantém um mandato oxigenado sem perder seu estilo. Pelo visto, ele está acima do seu partido.

CURIOSIDADES: Pindamonhangaba é forte politicamente com os filhos da terra. Se não é Alckmin que tentou 2 vezes o Planalto, é Ciro Gomes postulante por 4 vezes. Das 37 mulheres de chefes de Governo (império e República) apenas 4 delas fizeram curso superior: Rosane Collor, Ruth Cardoso, Marcela Temer e a atual 1ª. dama Janja.

DIÁLOGO: Lula seguirá o exemplo de JK? Eleito por 35,6% dos votos JK uniu todos os brasileiros que se sentiram mais orgulhosos. Para os observadores, Lula precisa selar um pacto de paz que vá além dos seus eleitores e chegue a quem o rejeite. Precisa tolerar, dialogar, conviver com adversários. Falas amargas só radicalizam os 58 milhões de eleitores antipetistas.

INCLUSÃO: Oportuna a proposta do deputado Jamilson Name (PSDB) em promover a inclusão de alunos (inclusive idosos) no mundo digital. Pede que a FIEMS amplie seu ‘Projeto 60+” para todos os municípios, proporcionando independência aos que tem dificuldades com as tarefas básicas como manusear programas e aplicativos na internet.

CARNÍVOROS: No próximo churrasco lembre-se. O preço/KG da nossa carne bovina é R$41,87, menor que no Chile (R$58,00) e Uruguai (R$56,00), atrás do Peru (R$35,69) e Argentina (R$32,27). A Suíça tem a carne mais cara do mundo; R$200,00, seguida pelo Líbano (R$193,00. Ocupamos o 78º lugar no mundo, a Índia em 100º lugar (29,00).

PILULAS DIGITAIS:

Chora, Xandão. Foragido é seu ‘forevis’. (bloqueiro Allan dos Santos)

Não quero ser líder do confronto. (Deputado Londres Machado)

Número de ministérios e o inchaço da máquina assustam. (Deputado federal Rafael Simões, União Brasil MG)

Vem buscar minha arma aqui, seu merda! (deputado Sargento Fahur ao ministro Flavio Dino)

O ser humano, tal como o imaginamos, não existe. (Nelson Rodrigues)

É fácil ensinar economia ao papagaio. Bastam duas palavras: oferta e demanda. (Paul Samuelson)

Calígula foi o precursor nomeando seu cavalo Senador de Roma. (no facebook)

A cada agressão, Vinicius Jr. responde com gols, dribles e danças. (Ruy Castro)

Sinuca? Nem de brincadeira. (no facebook)

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