Ameaça, agressão e medo: o relato de mais um caso de violência contra mulher
Mulher filmou tentativa de agressão, expõe conversas ameaçadoras e tenta escapar do ciclo de violência
“Sempre possessivo, ciúmes excessivo", resume a mulher de 25 anos, que teve a casa invadida pelo ex-namorado, um homem de 31 anos, no fim da noite de sábado (14), no Bairro Coronel Antonino. No relato, não faltam ameaça de morte, agressão e danos materiais, história que se repete e está presente em vários casos de violência doméstica.
Somente este ano, foram registrados 664 casos de violência doméstica em Mato Grosso do Sul. Em 2022, foram 19.572 denúncias do crime no Estado, índice que representou aumento em relação a 2021, quando foram 18.508 casos, conforme dados estatísticos da Sejusp (Secretaria Estadual de Justiça e Segurança Pública).
Segundo relato da vítima, o homem chegou na residência por volta das 23h, após enviar mensagens de texto com ameaças de morte. Ele quebrou o portão, entrou no local e arrombou a porta da sala e a porta do quarto, onde a vítima dormia com o filho de 3 anos. A vítima chegou a gravar vídeo curto, mas forte, que mostra uma das tentativas de agressão.
Após invadir a residência, a mulher conta que foi agredida fisicamente e verbalmente e depois ameaçada pelo ex-namorado. “Ele falou que iria me matar e matar todos que estivessem lá. “[Ele] arrancou meu cabelo, machucou meu braço”. Vizinhos tentaram controlar o agressor, mas acabaram sendo agredidos também. “Os vizinhos estão com medo de registrar [boletim de ocorrência] porque ele ameaçou a todos”, explica.
Antes de invadir a residência, o autor mandou mensagens para a vítima, pedindo para conversar e reatar a relação, que acabou há pouco mais de um mês. Ao se negar a receber o autor em sua casa, ele a ameaçou de morte. “Quando eu dizia pra ele ir embora ele dizia que iria meter um tiro na minha cara”.
A vítima relata que esteve em um relacionamento de sete meses com o agressor. Durante este tempo, ele já havia feito a mulher trocar o número do celular por conta de ciúmes e a impedia de realizar tarefas do dia a dia. “Não podia nem levar o carro para lavar porque isso não era coisa para mulher fazer, o meu filho só ele podia levar para cortar o cabelo porque barbearia também não é lugar para mulher”.
O agressor foi preso em flagrante, e o boletim de ocorrência registrado na Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher).
Inaugurada em 2019, a Deam de Campo Grande já atendeu mais de 573.360 mulheres em situação de violência doméstica, importunação sexual, estupro, cárcere privado, entre outros casos. A unidade atende 24 horas por dia, durante toda a semana.
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