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Direto das Ruas

Família denuncia policiais militares por espancarem deficiente intelectual

Caso aconteceu na última terça-feira, em Sidrolândia, distante 71 quilômetros de Campo Grande

Por Viviane Oliveira | 09/11/2024 11:39

A dona de casa Elenita Marques Rosa, de 48 anos, mãe de um rapaz PcD (Pessoa com Deficiência) de 33 anos, acusa policiais militares de espancá-lo. O caso aconteceu na última terça-feira (5), em Sidrolândia, distante 71 quilômetros de Campo Grande.

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A dona de casa Elenita Marques Rosa, de 48 anos, denunciou que seu filho, um homem de 33 anos com deficiência, foi agredido por policiais militares em Sidrolândia. O incidente ocorreu quando o filho aguardava na frente da casa de um pastor e foi abordado pela polícia, que o confundiu com um suspeito de roubo. Testemunhas afirmaram que ele foi espancado antes que os policiais percebessem sua condição especial. Após o ataque, ele foi levado ao hospital, onde os policiais alegaram que o encontraram ferido na rua. Elenita tentou registrar um boletim de ocorrência, mas enfrentou dificuldades, sendo orientada a procurar a Corregedoria da Polícia Militar. A Polícia Militar ainda não se pronunciou sobre o caso.

Segundo Elenita, todos os dias, por volta das 6h, o filho vai à casa do pastor da igreja tomar mate. Na manhã dos fatos, o pastor não estava, mas o rapaz, que inclusive tem dificuldade na fala, ficou parado em frente ao portão esperando alguém atendê-lo. Neste momento, a viatura da PM passou e avistou o homem, que saiu em direção ao posto de saúde.

Ele, então, foi abordado pela equipe policial, que procurava o ladrão de uma farmácia. “Deram uma rasteira no meu filho e passaram a bater nele. Só pararam depois que testemunhas gritaram que ele era especial, aluno da Apae (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais). Ele gritava desesperado e não conseguia falar. Ele fala enrolado, só eu entendo algumas coisas”, contou.

Família denuncia policiais militares por espancarem deficiente intelectual
Ferimento no cotovelo de vítima que foi espancada por militares, segundo a família (Foto: Direto das Ruas)

A mãe explica que o filho é bastante conhecido na cidade e todos sabem da situação dele. “Os policiais colocaram ele dentro da viatura e levaram para o hospital todo machucado. Lá, os PMs disseram que tinham encontrado ele caído na rua, com ferimentos”, disse.

Elenita ficou sabendo do que havia acontecido, quando o hospital ligou dizendo que o filho havia dado entrada com vários ferimentos. “Eu não estava na cidade. Tinha ido com a minha mãe para Itaporã resolver alguns assuntos pessoais. Só depois foi que fiquei sabendo que a polícia tinha batido nele”, destacou.

A dona de casa disse que tentou registrar o boletim de ocorrência na delegacia, mas não conseguiu. O irmão dela também tentou registrar, mas o policial civil informou que o documento tem de ser feito na Corregedoria da Polícia Militar em Campo Grande. “Foi uma injustiça o que fizeram com ele”, lamentou a mulher.

Abaixo, policial civil, orienta família a registrar a ocorrência na Corregedoria da PM, que fica na Capital. O áudio foi gravado pelo tio da vítima.

A reportagem mandou e-mail para a Polícia Militar pedindo posicionamento da corporação sobre o caso denunciado e aguarda retorno. A família afirma que desde o episódio de violência tem juntado vídeos de moradores que testemunharam abordagem e a agressão. O material será entregue à Corregedoria.

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