Vítima de ameaça afirma que ex se esconde para não ser intimada
"Ela continua me ameaçando e diz que só recebe a intimação quando quiser", diz a mulher
A realidade da violência e abuso nas relações humanas vai muito além dos casais heteronormativos. Para uma esteticista que procurou o Campo Grande News, o relacionamento rápido com psicóloga acabou se tornando motivo de medo e insegurança depois do término, que resultou em ameaças e boletins de ocorrência.
Ela reclama de não ter paz e diz que mesmo tendo procurado a polícia e feito boletins de ocorrência, a situação permanece.
“Eu vivo com medo. A pessoa tem ameaçado minha família, a mim. Vazou uma foto intima minha. Já registrei três boletins de ocorrência entre os dias 3 a 21 de agosto. Não sei mais o que fazer”, contou à reportagem.
Ao Campo Grande News, a esteticista de 44 anos, conta que conheceu a mulher com quem teve um relacionamento rápido em 2019, saíram uma vez, mas após um desentendimento não se viram mais. “Ela apontou a mão na minha cara e eu decidi encerrar por ali, mas acabamos nos encontrando novamente esse ano”, disse.
Para ela, foi algo ‘casual’, o que teria frustrado a ex. “Ela queria casar, eu não queria. Quando terminamos, ela não aceitou bem e começou a me ameaçar”, declarou.
A esteticista conta que desde o fim do curto relacionamento, na metade o mês de julho, ela já teve desde foto intima vazada à ameaça de morte, além de três boletins de ocorrência registrados.
Segundo ela, a acusada das ameaças, está fugindo da intimação.
“Ela se esconde e me liga dizendo que só receberá a intimação quando ela quiser. Como pode isso? Eu realmente não sei o que fazer porque é uma sensação de insegurança”, completou.
Como funciona - Procurada pela reportagem, a delegada de Polícia Civil Bárbara Camargo Alves, que atua na Deam (Delegacia de Atendimento à Mulher) e na assessoria de imprensa da Corporação, disse não poder dar detalhes do caso por se tratar de violência doméstica e correr em sigilo.
Mas de modo geral, o que é competência da polícia em casos assim, explicou, seria pedir o monitoramento eletrônico da pessoa acusada ou até mesmo a prisão preventiva a depender da situação.
“Quando a vítima relata novas ameaças, temos por costume pedir a prisão do suspeito. Mas não podemos dar detalhes do caso por se tratar de violência doméstica e para preservar tanto a vitima e como a investigação. O que a polícia faz em casos assim geralmente é pedir o monitoramento por tornozeleira eletrônica ou pela prisão preventiva.”, declarou a delegada.
Sobre a intimação, Bárbara explicou que é competência da Justiça. “Ausência de intimação é procedimento judicial, e o próprio Código de Processo Penal prevê outras formas de intimar a pessoa que está se escondendo e isso deve ser resolvido com o poder judiciário que decide também pela medida protetiva”, explicou a delegada.
Por se tratar de processo em sigilo, não foi possível saber o andamento na esfera judicial.
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