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Economia

Aluguel pesa no bolso e obriga empresários a mudar para bairros

Mariana Rodrigues | 27/10/2015 07:50
Na Avenida das Bandeiras, é possível encontrar vários estabelecimentos com placas de aluga-se.(Foto: Gerson Walber)
Na Avenida das Bandeiras, é possível encontrar vários estabelecimentos com placas de aluga-se.(Foto: Gerson Walber)

O aluguel alto tem sido o vilão nas finanças de muitos empresários de Campo Grande. Com imóveis que chegam a custar R$ 8 mil por mês, comerciantes estão fechando as portas e mudando o ponto em busca de salões maiores e mais baratos. Uma das saídas são os pontos comerciais localizados nos bairros, já que até mesmo as avenidas que possuem comércio forte não são mais consideradas boas opções.

As reclamações são as mais variadas, mas o campeão continua sendo o valor do aluguel do Centro. O Campo Grande News já havia noticiado que 40% das lojas da área central haviam fechado suas portas devido ao valor dos imóveis e a falta de estacionamento, sendo que o aluguel mais barato na região, na época, chegava a R$ 1 mil.

Betânia Cristina Caprani Ferreira, é um exemplo que busca um aluguel mais em conta e comodidade para seus clientes. Há 18 anos no mesmo ponto, na Avenida Afonso Pena, a proprietária do Fast Suco resolveu mudar de endereço. "O aluguel aqui é muito caro, e como isso iria afetar no preço de nossos produtos, decidimos sair", conta ela que paga R$ 8 mil por mês de aluguel. Outro ponto que pesou foi a falta de estacionamento e o espaço que já estava ficando pequeno para atender a todos os clientes.

"Encontramos um local, na região do São Francisco, nesse novo ponto o aluguel é mais barato e vamos conseguir dobrar a área de atendimento dos nossos clientes", conta ela, que acrescenta ainda que o proprietário do atual prédio não quis negociar o valor do aluguel.

Mesmo estando a tanto tempo no mesmo endereço, e tendo uma clientela fixa ela conta que ao ficar sabendo da mudança de endereço, os clientes comemoram, já que muitos preferem uma área mais próxima dos bairros e longe do Centro, devido as facilidades de estacionamento. "Nos surpreendeu. Algumas pessoas chegam a dar a volta na quadra e como não encontram estacionamento, acabam indo embora", conta.

Outro que decidiu deixar tudo para trás devido o valor do aluguel foi o proprietário da Casa e Cor, que antes era localizada na Avenida Bandeirantes e agora atende na Avendia Prefeito Ludio Martins Coelho, no bairro Oliveira.

Na Avenida Guaicurus a situação não é diferente. (Foto: Gerson Walber)
Na Avenida Guaicurus a situação não é diferente. (Foto: Gerson Walber)

O gerente da loja de tintas, Rodrigo Nogueira, disse ao Campo Grande News que a mudança surgiu devido ao aluguel alto na região que gira entre R$ 1.500 e R$ 1.800. Outra reclamação seria a péssima qualidade da via, que possui vários buracos e pouca estrutura. "Ali é uma via muito rápida, ninguém para, as pessoas que frequentam as lojas localizada ali já são freguesas", diz.

Após cinco anos atendendo no mesmo local, Rodrigo comemora a saída do aluguel. "Estamos em um espaço maior, e antes como só atendíamos licitações de órgãos públicos, agora expandimos nossas vendas e atendemos a todos os consumidores e temos ainda um estoque de produtos", conta.

De acordo com a analista do Sebrae, Daniela Rodrigues, nos meses de agosto e setembro foram registrados os menores índices de baixas de cadastro do mês com relação ao MEI (Micro Empreendedor Individual). " Contrapondo esse cenário, aumentou o número de pessoas que procuram o Sebrae para obter informações sobre aberturas de empresas, necessidade de complementar renda ou de ter uma renda, por conta do desemprego".

Outro dado é que no mês de setembro se comparado a julho houve aumento de 65% de clientes que foram fazer inscrições e treinamentos para investir recursos de forma mais adequada. "o que podemos afirmar, que mesmo com cenário de crise, a gente tem aumento na procura por abertura de empresa, capacitação em gestão empresarial", finaliza.

Pesquisa - De acordo com pesquisa da Jucems (Junta Comercial de MS), 173 empresas fecharam suas portas no mês de setembro no Estado. No ano foram 1.562 empresas fechadas. A reportagem visitou as Avenidas Julio de Castilho, Costa e Silva, Bandeiras, Bandeirantes, Salgado Filho e Guaicurus, nesta semana, e constatou vários imóveis fechados.

Com relação as empresas constituídas, foram 417 no mês de setembro. Em 2015 esse número é de 4.609, sendo um dos piores anos. Melhor ano foi registrado em 2009 com 7.793 empresas constituídas no Estado.

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