Alvenaria reciclável pode reduzir custo de locação de caçambas
Quando o aterro do Jardim Noroeste foi fechado em dezembro de 2016, o aluguel de caçambas subiu de R$ 100 para R$ 280, já que o depósito passou a ser feito em locais particulares. Embora os valores tenham baixado no decorrer do ano, o uso de materiais de construção feitos com os resíduos de obras pode deixar o serviço ainda mais barato.
Bruno de Brito Curto, presidente da ACLBM (Associação Campo-grandense de Locação de Bens Móveis), explica que hoje existem duas empresas que recebem restos sólidos de obras: a Progemix e a CGA. A segunda apenas armazena os produtos e a primeira trabalha com a reciclagem, fabricando blocos de concreto e outros materiais.
“Nós dependemos o material chegue lá, que produzam esses produtos e que eles saiam para que a recepção seja mais barata. Se for mais barata, o preço da caçamba tende a diminuiu. Depende de um pacto da sociedade, do transportador e do receptor. Todos têm que estar alinhados para isso acontecer”, afirma.
Porém, para que esse processo tenha eficácia, a sociedade também deve ficar atenta ao contratar as empresas de transporte de entulho. Por lei, quem atua nesse ramo tem que ter registro junto à Prefeitura de Campo Grande. Muitas vezes as locadoras clandestinas cobram mais barato, mas depositam os materiais em locais impróprios, gerando risco de multa até mesmo para quem os contratou.
“Todos os transportadores devem estar portando uma guia de transporte que são preenchidos com dados da empresa e do cliente. Ao fim, quem recebe o entulho carimba. Toda caçamba tem que ter esse papel preenchido. Se a Agetran pegar alguém levando caçamba sem o documento, a empresa é responsabilizada. Porém, se for identificado que o cliente contratou uma empresa irregular, e o lixo foi depositado em local indevido, a pessoa também é penalizada pela lei”, afirma.
Além disso, o poder público emite um certificado às locadoras que certifica a regularidade dela junto ao município. Por isso, a orientação da ACLBM é que a população exiga a apresentação do documento antes de fechar o contrato.
“Quem não está cadastrado na prefeitura está na informalidade. Quem contrata uma empresa informal pode saber que o material será depositado em local incorreto, porque nos depósitos particulares só entra quem está regular”, diz o vice-presidente da associação, Francisco Pita.
Também interfere no valor do aluguel de caçambas o tipo de material que é depositado nelas e a população também deve ficar atenta quanto a isso.
Ao contratar uma empresa do ramo, o cliente é questionado sobre que tipo de resíduos serão depositados. Se for apenas os chamados materiais cinza, que são de alvenaria, o preço normalmente é mais baixo, girando em torno de R$ 190,00, pois não é preciso fazer a separação antes de produzir os blocos de concreto.
Se forem jogados fora restos de madeira, canos, fios, etc, o valor normalmente sobe para R$ 230,00, já que os receptores precisarão retirar os “contaminantes”.
E não adianta tentar enganar as empresadas. Muitas pessoas contratam as caçambas prometendo jogar fora somente os resíduos da construção, mas colocam por baixo outros materiais. “Na hora que chegar no depósito, virar a caçamba e ver que está contaminado, ou devolve para o cliente ou ele paga a diferença”, explica Pita.
Alguns materiais não podem ser jamais depositados em uma caçamba sob risco de multa, como materiais inflamáveis.
“Em caso desse tipo de conteúdo, tanto o gerador é multado. Ao locar uma caçamba, a responsabilidade pelo conteúdo é do contratante”, completa.
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