André e Beto Richa se unem para tentar tirar do papel projeto ferroviário
O governador André Puccinelli e o governador do Paraná, Beto Richa, se reuniram nesta segunda-feira (7), em Curitiba (PR), e o assunto foi a união de esforços em torno de um projeto de integração ferroviária entre os dois estados . O objetivo comum é viabilizar a construção de um ramal interligando a Ferrovia do Pantanal, na região de Maracaju e Dourados, até Cascavel, no Paraná, passando por Mundo Novo e Guaíra.
O empreendimento é um dos nove projetos estratégicos do governo de Mato Grosso do Sul na área de infraestrutura, cuja concretização vem sendo discutida por André desde a primeira administração junto aos demais governos dos estados integrantes Codesul (Conselho de Desenvolvimento e Integração Sul) e ao governo federal. “É uma obra fundamental. Além de baratear o custo de escoamento da safra agrícola do centro-oeste e norte do Brasil, vai proporcionar o desenvolvimento econômico e social de toda a região e fortalecer o porto de Paranaguá”, disse o governador do Paraná, que assumiu em janeiro para seu primeiro mandato.
O traçado da ferrovia foi incluído na primeira edição do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento). “Queremos os dois estados unidos pela continuação do traçado da ferrovia Norte-Sul”, afirmou, com a expectativa de ver o projeto avançar com participação do novo governo do Paraná.
Importância -Pela proximidade geográfica e pelo volume transportado em outros portos, a saída por trem por Paranaguá é a melhor alternativa para escoar a produção da região centro-sul de Mato Grosso do Sul. São 5 milhões de toneladas de grãos, 2,5 bilhões de litros de álcool e 1,5 milhão de toneladas de açúcar para exportação, por ano.
O governador Puccinelli busca a parceria administrativa do Paraná para a construção de um ramal de 350 km entre Dourados (MS) e Cascavel (PR). “O barateamento do frete que esta ferrovia proporcionará é muito vantajoso ao nosso estado e a movimentação econômica que os dois estados terão trará muito progresso socioeconômico”, afirma Puccinelli.
Na semana passada, André esteve com o ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento, e com o diretor da ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres), Bernardo Figueiredo, para discutir uma adequação do traçado da ferrovia para atender melhor os interesses do Paraná e de Mato Grosso do Sul.
O próximo passo é marcar uma audiência conjunta entre os parlamentares federais dos dois estados, para defender a idéia, que já foi aceita pela ANTT e pelo Ministério dos Transportes. Puccinelli acredita que o volume de mercadorias para transporte entre os dois estados deve atrair interesse da iniciativa privada ao projeto.
Projeto- O presidente da Ferroeste – ferrovia da qual o governo do Paraná é o maior acionista -, Mauricio Teodoro Quirino, disse que o projeto de uma ferrovia ligando Cascavel a Guaíra está pronto, e aguarda a alocação de recursos para iniciar a obra. O Exército Brasileiro também se colocou à disposição para fazer o acompanhamento do projeto e da execução da obra.
Quirino afirmou ainda que o produtor economiza em torno de um dólar por tonelada transportada por ferrovia em relação ao transporte rodoviário. “É um dinheiro a mais que fica na cadeia produtiva. No caso do Mato Grosso do Sul são aproximadamente 5 milhões de dólares apenas da safra de grãos. No Paraná podem ser pelo menos outros 8 milhões de dólares”, afirma o presidente da Ferroeste.