Aumento do preço dos combustíveis impulsiona inflação em outubro
O aumento de 6,09% no preço dos combustíveis foi o principal responsável pela inflação de 0,82% em outubro deste ano, de acordo com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a gasolina teve aumento de preços de 5,05% no mês.
“Em 30 de setembro, houve um aumento de 6% nas refinarias. O que temos é o reflexo nas bombas desse reajuste nas refinarias”, disse a coordenadora de Índices de Preços do IBGE, Eulina Nunes dos Santos. Em 12 meses, a gasolina acumula taxa de 17,93%.
O etanol também teve aumento de preços, ainda mais expressivo que o da gasolina, de 12,29% em outubro e de 16,98% no acumulado de 12 meses. “Com o aumento da gasolina, há uma procura maior pelo etanol e isso faz com que também se aumente o preço do etanol. E também há notícias que a exportação de etanol tem aumentado”, disse Eulina.
Os alimentos também tiveram um impacto importante na inflação de outubro, ao registrarem alta média de preços de 0,77%. O aumento foi maior na comida fora de casa (0,93%), enquanto a refeição dentro de casa aumentou 0,68%.
“Há uma pressão do dólar sobre as lavouras, com o aumento de preços dos fertilizantes e dos insumos. Os agricultores têm se queixado dos custos agrícolas. E as chuvas no sul do país vêm atrapalhando bastante as lavouras. Os produtores de arroz têm apontado prejuízo pelo excesso de chuvas. No geral, a gente tem pressão do câmbio, das chuvas e da exportação, já que, com o dólar atraente, há mais exportação e as commodities ficam mais caras”, afirmou Eulina.
Na passagem de setembro para outubro, houve aumento da taxa de inflação na maioria dos grupos de despesa: transportes (de 0,71% em setembro para 1,72% em outubro), alimentos (de 0,24% para 0,77%), artigos de residência (de 0,19% para 0,39%), vestuário (de 0,5% para 0,67%), despesas pessoais (de 0,33% para 0,57%) e comunicação (de 0,01% para 0,39%).
Em 12 meses, os principais responsáveis pela inflação de 9,93% são a energia elétrica (com alta de preços de 52,3%), gasolina (17,93%), refeição fora de casa (4,8%), carnes (10,16%) e plano de saúde (11,24%).