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Economia

Benefícios viram "salário emocional" para compensar baixa remuneração

Conjunto de de benefícios que vão além do holerite pode ter plano de saúde, vale refeição, vale academia...

Por Izabela Cavalcanti | 13/07/2024 08:22
Mulher segurando cartão de alimentação e planos de saúde (Foto: Lennon Almeida)
Mulher segurando cartão de alimentação e planos de saúde (Foto: Lennon Almeida)

Plano de saúde, plano dentário, seguro de vida, vale alimentação. Benefícios que crescem os olhos do trabalhador e fazem qualquer salário baixo até passar. Esse conjunto de privilégios pode ser chamado de "salário emocional".

A equipe de reportagem foi as ruas para saber o que mais chama a atenção para o empregado na hora de ser contratado. A supervisora de setor, Mari Freitas, de 49 anos, deu a resposta certeira: “São os benefícios, principalmente. Eu gostaria de plano de saúde, plano dentário, alimentação também. O plano de saúde está muito caro, e o SUS é pela hora da morte, não tem como”, pontuou.

Mari Freitas parada na Rua 14 de Julho, em Campo Grande (Foto: Alex Machado)
Mari Freitas parada na Rua 14 de Julho, em Campo Grande (Foto: Alex Machado)

Ainda de acordo com ela, o ideal para ganhar no vale alimentação seria de R$ 1 mil ao mês. “Eu rodo setor, eu tenho 20 setores. Então, não tenho como carregar marmita, preciso ficar buscando em lugar mais próximo, mais barato, mais em conta. Senão o salário vai todo em almoço”, disse.

O cabeleireiro, Rafael Oliveira, de 31 anos, confessa que o que mais chama atenção é o valor do salário, mas que se fosse baixo e os benefícios fossem variados, aceitaria o emprego mesmo assim. “Agrega, né? Eu aceitaria se fosse um dos benefícios legais de saúde e alimentação. Eu não treino, mas se eu ganhasse o Gym Pass, começaria a fazer academia com certeza”.

O repositor de mercado, Bruno César Soares, de 24 anos, confessa que o que faz ele ficar na empresa é a maneira que as pessoas são tratadas no trabalho. “É conforme as pessoas que trabalham lá, como que as pessoas tratam você no serviço. É o que me chama mais atenção”, disse.

Rafael, parado na Rua 14 de Julho, enquanto fala sobre salário emocional (Foto: Alex Machado)
Rafael, parado na Rua 14 de Julho, enquanto fala sobre salário emocional (Foto: Alex Machado)

Em relação aos benefícios, ele gostaria de ganhar o plano de saúde. “Hoje em dia está difícil a saúde, né? E a alimentação seria um a mais, que já ajudaria bastante, eu acho que 30 reais por dia ajudaria”.

Pesquisa realizada no ano passado pela consultoria Robert Half aponta que os dez benefícios mais valorizados pelos colaboradores são: assistência médica, vale-refeição, vale-alimentação, assistência odontológica, previdência privada, estacionamento, auxílio-estudo, notebook, auxílio combustível e carro para uso profissional e particular.

Na hora de aceitar uma proposta de emprego, 97% disseram que levam em consideração os auxílios.

Deste total, 51% disseram que se os benefícios não forem oferecidos, buscariam negociar um salário melhor.

Entre os desempregados, 50% dizem que levam em consideração os benefícios, mas não como um fator decisivo.

Salário emocional – A empreendedora e diretora da ACICG (Associação Comercial e Industrial de Campo Grande) Juliana Aranda, explica que o salário emocional vai além de só ter benefícios.

“O salário emocional é também a questão de reconhecimento, a valorização, demonstrar que ele é importante na empresa, investimento no funcionário, ter plano de carreira”, pontuou.

Ainda de acordo com ela, o conjunto dos benefícios e de um ambiente propício, ajuda a empresa a ter resultados.

“O ambiente de trabalho tem que ser confortável, agradável, limpo, promover a cooperação. Isso também faz parte do salário emocional. A liderança precisa ser acessível, o líder é aquele que inspira. Muitas pessoas deixam de trabalhar na empresa por causa dos colegas”, explicou.

Outro ponto positivo de se atentar ao salário emocional é que ajuda a diminuir a rotatividade de funcionários. “Tudo isso diminui a rotatividade. O funcionário trabalhando mais feliz não quer sair daquele emprego, ele cumpre a jornada, ele não quer perder o emprego. Além de diminuir a rotatividade, melhora o clima organizacional”, finalizou.

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