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Economia

Calor e pouca chuva fazem preço de frutas como abacaxi quase dobrar

De folhagens a frutas comuns no cardápio dos consumidores, até preço da alface teve aumento de 100%

Por Idaicy Solano e Antonio Bispo | 02/02/2024 10:17
Caixa de abacaxis comercializados no Ceasa, em Campo Grande (Foto: Henrique Kawaminami)
Caixa de abacaxis comercializados no Ceasa, em Campo Grande (Foto: Henrique Kawaminami)

Fornecedores e comerciantes do setor de venda de frutas, verduras e hortaliças registraram um aumento expressivo no preço de alguns itens desde dezembro de 2023, até janeiro de 2024. De folhagens a frutas comuns no cardápio dos consumidores, calor e pouca chuva fizeram o preço do abacaxi ir de R$ 5 para R$ 9 e preço da alface subir 100%.

Cerca de 80% dos produtos comercializados por Carlos Paes, dono da banca Carlão da Pedra no Ceasa (Centrais de Abastecimento de Mato Grosso do Sul), vêm de fora de Mato Grosso do Sul. Os principais fornecedores do vendedor são dos Estados de São Paulo e Paraná.

O vendedor explica que o preço começou a subir em dezembro de 2023, antes do Natal, e que o tem atrapalhado a produção no Estado é o calor extremo. "No caso da alface, por exemplo, as altas temperaturas deixam as folhas murchas e meladas", explica.

Folhas são as mais afetadas pelo calor extremo, pois a alta temperatura faz elas murcharem, explica Carlos (Foto: Henrique Kawaminami)
Folhas são as mais afetadas pelo calor extremo, pois a alta temperatura faz elas murcharem, explica Carlos (Foto: Henrique Kawaminami)

Ele revela que até o momento a caixa de alface é o item que mais aumentou de preço, de de R$ 35 para R$ 70, isso representa um aumento de 100% no valor da folha. A caixa do tomate com 23 kg, que até final de novembro de 2023 era vendida a R$ 130, atualmente é vendida por R$ 170. A caixa de cenoura, também com 23 kg, que era vendida entre R$ 100 e R$ 120, agora custa R$ 150.

Carlos explica que, além de os itens estarem mais caros, os vendedores também estão com baixa no estoque por conta da produção, que está afetada pelo clima. Ele precisou racionar as vendas para conseguir atender a todos os clientes.

Isso tem impactado na compra dos clientes, porque a quantidade que eu possuo é pouca, e a produção caiu, então as pessoas não podem comprar a quantidade que elas querem. Mas acredito que até o final de fevereiro as coisas vão melhorar", estima Carlos.

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Gilmar de Souza Vieira, dono da Banca do Carioca, diz que as frutas recordistas no aumento de preço atualmente são o abacaxi, maracujá e manga tommy. A caixa com 12 unidades de abacaxis, que até dezembro era vendida entre R$ 70 e R$ 80, agora custa R$ 110. No caso da manga tommy, a caixa com 23 kg saltou de R$ 80 para R$ 130.

A caixa de maracujá, também com 23 kg, foi a única que registrou queda. Em dezembro, custava R$ 230 e agora abaixou para R$ 170. Mas Gilmar explica que, mesmo com a queda, ainda está caro. "Em oito anos que trabalho no Ceasa, nunca vi a caixa dos maracujás ultrapassem R$ 200", relata.

Gilmar diz que o aumento dos preços é reflexo da baixa na produção, principalmente nas frutas trazidas de outros Estados. No caso da manga, pera e mamão formosa, são produtos que vêm de fornecedores da Bahia.

Os clientes evitam comprar em grande quantidade, porque eles não sabem se eles vão conseguir vender e têm medo do produto estragar e tomar prejuízo. Apesar do aumento, não deixam de comprar, só diminuem a quantidade”, diz Gilmar.

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O comerciante André lopes, 34, trabalha com a venda de frutas e verduras e percebeu que todas as verduras subiram, principalmente tomate, cebola e batatas. “Não tem como fugir, o jeito é comprar. A gente percebeu que o preço começou a aumentar no final do ano passado para cá. Com certeza isso impacta nas nossas finanças”, diz.

Ele revende o que compra no Ceasa, mas hoje não conseguiu encontrar alface. Ele relata que está bem difícil encontrar alguns produtos por conta do baixo estoque. Ele resume que quem não chega cedo para aproveitar acaba ficando sem ter o que levar.

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